SILVIO OSIAS
Samba em homenagem ao Flamengo ganhou o nome de Adílio na versão de João Nogueira
O Samba Rubro-Negro foi composto por Wilson Batista e fez sucesso no carnaval de 1955.
Publicado em 07/08/2024 às 4:41
Adílio morreu nesta segunda-feira, cinco de agosto de 2024. Adílio foi um craque do Flamengo entre o final da década de 1970 e o início da de 1980, campeão do mundo em 1981. O Flamengo de Zico. Estava com 68 anos e tinha câncer no pâncreas.
A morte de Adílio me trouxe a lembrança de um samba incrível, o Samba Rubro-Negro. A música é de meados da década de 1950 e foi um grande sucesso carnavalesco.
O autor do Samba Rubro-Negro é Wilson Batista, imenso compositor de sambas do Rio de Janeiro. Ele fez a música para celebrar o bicampeonato do Flamengo em 1954.
O cantor Roberto Silva gravou, e o Samba Rubro-Negro foi uma das músicas mais cantadas durante o carnaval de 1955.
"Flamengo joga amanhã/Eu vou pra lá/Vai haver mais um baile/No Maracanã" - é assim que começa a letra do Samba Rubro-Negro.
E segue com uma menção a três craques do time bicampeão de 1954: "O mais querido tem Rubens, Dequinha e Pavão/Eu já rezei pra São Jorge/Pro mengo ser campeão".
Em 1978, Gilberto Gil regravou o Samba Rubro-Negro em seu disco Antologia do Samba-Choro. Em sua vibrante versão, com uma pegada black Rio, Gil manteve o "Rubens, Dequinha e Pavão" da letra original de Wilson Batista.
Em 1979, João Nogueira lançou um disco chamado Clube do Samba. O Samba Rubro-Negro é a última faixa do álbum, e é aí que Adílio entra.
Em sua versão, Nogueira quis homenagear os craques do Flamengo da época em que regravou o samba de Wilson Batista. Quis homenagear o Flamengo de Zico.
O "Rubens, Dequinha e Pavão" do original de Wilson Batista foi, então, substituído por "Zico, Adílio e Adão".
E, na voz de João Nogueira, o Samba Rubro-Negro ficou assim: "O mais querido tem Zico, Adílio e Adão/Eu já rezei pra São Jorge/Pro mengo ser campeão".
"Rubens, Dequinha e Pavão". "Zico, Adílio e Adão". O bom é que a mudança funcionou com perfeição. Tanto na métrica quanto na rima.
Com Roberto Silva, Gilberto Gil ou João Nogueira, não importa, o Samba Rubro-Negro, de Wilson Batista, é uma das mais belas homenagens que um time de futebol pode receber de um compositor popular.
Comentários