CONVERSA POLÍTICA
Cartaxo, Queiroga e Ruy se unem para pedir tropas federais em João Pessoa
Pedido foi feito pelos três candidatos a prefeito de João Pessoa após operação da PF relativa a interferência de facções criminosas na campanha.
Publicado em 11/09/2024 às 10:40 | Atualizado em 11/09/2024 às 14:02
Três candidatos a prefeito de João Pessoa - Luciano Cartaxo (PT), Marcelo Queiroga (PL) e Ruy Carneiro (Podemos) - decidiram se unir para solicitar ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) o reforço de tropas durante a campanha eleitoral na capital.
O anúncio foi feito durante coletiva à imprensa, nesta quarta-feira (11), um dia após operação da Polícia Federal, que apura o aliciamento violento de eleitores em comunidades de João Pessoa, dominadas por comandos do tráfico de drogas.
Recentemente, em entrevista à CBN Paraíba, a juíza Virgínia Gaudêncio, da 76ª Zona Eleitoral, disse que os cinco juízes eleitorais responsáveis pelas eleições de João Pessoa este ano decidiram pela não necessidade de convocação de tropas federais na Capital.
O TRE-PB já autorizou reforço das Forças Armadas para o dia de votação para as cidades de Bayeux e Cabedelo, circunvizinhas de João Pessoa.
Além do pedido de tropas federais, que será feito à presidente do TRE-PB, desembargadora Agamenildes Dias, os três candidatos também querem que seja quebrado o sigilo das investigações do Polícia Federal sobre a suposta interferência do crime organizado nas eleições deste ano na capital.
Resposta de Cícero
O prefeito Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição, questionou o anúncio do pedido do uso de tropas federais na segurança das eleições na capital. Em nota à imprensa, ele disse que acata a decisão, seja ela qual for, do TRE-PB, que deve ter sua autonomia respeitada e defendida; e lamentou que os adversários estejam atuando no no sentido de macular a sua imagem e a imagem da cidade de João Pessoa.
"Lamento profundamente que, em vez de debater propostas para o futuro de nossa cidade, nossos adversários tenham se unido para um festival de preconceito, mentiras e ataques às instituições", afirmou o prefeito.
Operação Território Livre
A Operação Território Livre cumpriu três mandados de busca e apreensão para combater os crimes de aliciamento violento de eleitores e organização criminosa no bairro São José, em João Pessoa.
Através de controle de território, os investigados estariam exercendo influência no pleito eleitoral, praticando as condutas de constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto e outros que restarem comprovados.
Nas diligências hoje realizadas foi apreendido o montante de 35 mil reais em dinheiro, vários documentos com dados pessoais de diversas pessoas que não eram residentes no local da busca; além de contracheques de funcionários da prefeitura e aparelhos celulares, provas que podem indicar materialidade e autoria e reforçar os elementos já colhidos durante a investigação policial - objetivando a responsabilização dos envolvidos pelos crimes eleitorais praticados.
Entre os alvos dos mandatos estão a vereadora Raíssa Lacerda (PSB) e o conselheiro tutelar Josevaldo Gomes da Silva, coordenador Adjunto da Região Praia de João Pessoa.
De acordo com apuração do blog Conversa Política, na casa da parlamentar foram apreendidos dinheiro em espécie, aparelhos celulares e contracheques de funcionários da prefeitura de João Pessoa.
O blog entrou em contato com o conselheiro titular e a vereadora em busca de uma declaração, mas ainda não obteve resposta.
A prefeitura emitiu nota afirmando que nenhum servidor público municipal nomeado ou contratado está entre os alvos da Operação Território Livre da Polícia Federal. “A Prefeitura de João Pessoa vem a público esclarecer que nenhum imóvel ou repartição do Município foi alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (10). Tampouco qualquer servidor público municipal nomeado ou contratado está entre os alvos da Operação Território Livre da Polícia Federal. A gestão lamenta ainda a tentativa de utilização de tais fatos para insinuar o envolvimento de qualquer autoridade do Executivo municipal com eventos dessa natureza”, diz a publicação.
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