VIDA URBANA
Tribo Potiguara tem novo cacique
Após dez anos índios Potiguaras empossam novo líder, a tribo possui 19 mil índios que estão divididos em 32 aldeias.
Publicado em 30/12/2011 às 6:30
Os 19 mil índios potiguaras da Paraíba têm um novo líder desde ontem. Sandro Gomes Barbosa tomou posse na manhã de ontem como o novo cacique geral potiguara, em um ritual no Terreiro Sagrado, na aldeia São Francisco, no município de Baía da Traição.
Os potiguaras ocupam 36 mil hectares do território paraibano, em três municípios (Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto), divididos em 32 aldeias. Há dez anos não havia o ritual de posse de um novo cacique potiguara.
“Minha principal missão é buscar melhorias para nosso povo, através da união e do fortalecimento da nossa cultura. Vamos buscar parcerias para projetos da agricultura de subsistência, piscicultura, avicultura, reflorestamento e desassoreamento dos rios”, disse Sandro Gomes. “Também iremos lutar por nossas terras e a demarcação de cerca de mais 14 mil hectares na margem do rio Camaratuba”, completou o novo cacique.
Com os rostos pintados, cocares, tambores e maracas, os índios se reuniram em seu Terreiro Sagrado para realizar a transição do cargo, com orações, cantos e danças. O pajé Francisco José dos Santos foi o responsável por colocar o cocar na cabeça do novo cacique, gesto que marca a posse do líder. Há mais de 35 anos Francisco é o pajé dos potiguaras e comemorou a posse. “Esse é um ritual muito importante para nosso povo. O pajé é o responsável por aconselhar, orientar e conversar com os caciques e os chefes indígenas”, disse.
O secretário de Assuntos Indígenas, Josafá Freire, destacou que aquele era um momento muito especial para o povo potiguara. “Esse é um momento de grande satisfação. Nossa luta começou desde o ano de 1.500, quando resistimos e persistimos em nossas terras. Continuaremos assim”, disse Josafá.
Após o ritual de posse do novo líder, o pajé agradeceu e convidou seu povo à dança do toré. “Viva nosso Deus Tupã, viva o povo potiguara e viva a nossa mãe natureza”, disse em uma reverência à terra e à religiosidade do povo indígena.
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