VIDA URBANA
Crescem evidências de que pernilongo também transmite zika
Resultados dos estudos realizados pela Fiocruz foram apresentados à OMS.
Publicado em 08/07/2016 às 17:35
O mosquito Aedes aegypti tem sido apontado como o principal vetor do vírus zika, que infectou até junho 49 mil pessoas dentre 139 mil casos notificados no Brasil, e causou o nascimento de 1,6 mil crianças com microcefalia em 582 municípios.
Mas, além do Aedes aegypti, o zika também pode ter outros vetores, como o mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca, sobre o qual crescem as evidências de que pode estar envolvido na emergência do vírus no país. O alerta foi feito por Constância Flávia Junqueira Ayres Lopes, pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Recife, Pernambuco, em uma mesa-redonda sobre “O mosquito, o vírus e o que temos para combatê-los”, durante a 68ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até este sábado (9/7), no campus de Porto Seguro da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). “Há sérias dúvidas se o Aedes aegypti é um vetor exclusivo do vírus zika”, disse Lopes.
Já nas epidemias mais recentes do vírus zika, como em 2007, na Micronésia, na região do Pacífico, quando cerca de 70% da população da ilha de Yap, com população de 7,3 mil pessoas, foi infectada, não foi encontrado nenhum pool de Aedes aegypti, afirmou a pesquisadora.
Os resultados dos estudos realizados pelos pesquisadores da Fiocruz foram apresentados à OMS, que recomendou à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que outras espécies de mosquitos – principalmente o Culex quinquefasciatus – fossem investigados em regiões com casos registrados de infecção por vírus zika no mundo.
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