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ECONOMIA

Cirurgia plástica e turismo na nova onda do consórcio

Capital paraibana já conta com, pelo menos, duas empresas que oferecem consórcio de serviços e saiu na frente na região Nordeste.

Publicado em 13/09/2009 às 9:15

Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba

Após sete meses de regulamentada a Lei de Consórcios, cresce a procura por uma nova modalidade: o setor de serviços, que engloba opções como cirurgias plásticas, turismo internacional, pós-graduação e até decorar a casa por meio de consórcio. Apesar de poucas administradoras ainda oferecerem essa modalidade, o setor aposta numa demanda reprimida de consumidores que procuram por esses serviços, mas não dispõem de crédito, têm dificuldade de poupar regularmente e não querem mais pagar juros bancários.

A capital paraibana já conta com, pelo menos, duas empresas que oferecem consórcio de serviços e saiu na frente na região Nordeste. A modalidade deverá despontar como mais um nicho forte de mercado diante dos segmentos de motocicletas e veículos já consolidados e mais conhecidos e da expansão do consórcio de imóveis.

O sistema funciona como uma espécie de “poupança forçada” para pessoas pouco disciplinadas que antes era usada somente para comprar bens, mas com a entrada em vigor na nova Lei nº 11.795, batizada de “Lei dos Consórcios”, ampliou para o setor de serviços e trouxe mais segurança ao próprio sistema.

“Consórcio é uma forma de poupança voltada para a realização de consumo num determinado prazo. Você pode dirigir o consórcio para bens duráveis como carros, motos e imóveis e, agora, para a área de serviços. Não é à toa que há muita expectativa de sucesso no consórcio de serviços, pois as opções oferecidas são que precisamos para a nossa vida profissional, saúde e bem-estar, como um aperfeiçoamento de escolaridade na MBA, sonhos de consumo de muitos como uma decoração de casa e na área de estética como uma cirurgia plástica ou tratamento dentário”, avalia Maximiliano Raabe.

“Somos a primeira empresa do ramo a oferecer essa modalidade de consórcio na Região Nordeste. Com essa modalidade, muitas pessoas podem realizar qualquer tipo de serviço, como promover uma festa de casamento, programar uma pós-graduação por meio do consórcio, sem pagar juros, com mensalidades atraentes”, afirma Paulo Júnior, gerente da Administradora de Consórcios Maia, pertencente ao grupo de mesmo nome, que investiu aproximadamente R$ 1 milhão na administradora, contratou mais 30 colaboradores e projeta liderar esse setor de serviços até 2012 na região.

A outra empresa, já em operação na capital, que oferece consórcio de serviços é a Embracon, uma das maiores operadoras de consórcios do país, que promete taxas competitivas e agilidade no ato de recebimento do crédito, seja por meio de lance ou por sorteio.

Quando entrou em vigor, em fevereiro deste ano, a nova lei veio associada a uma polêmica, particularmente na área de saúde. O Conselho Federal de Medicina taxou de “mercantilização do ato médico” e ainda de ferir o Código de Ética Médica por parcelar pagamento e realizar cirurgias plásticas, sejam elas estéticas ou reparadoras.

Para o consultor da Administradora de Consórcios Maia, Maximiliano Raabe Wisintainer, os dirigentes da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) e do Banco Central “não souberam informar, de forma correta, na época, como seria o funcionamento do consórcio de serviço na área de saúde e por isso criou uma desconfiança natural na sociedade médica”, frisou.

Wisintainer afirma que não haverá qualquer relação comercial entre a administradora e as clínicas médicas ou de qualquer profissional de saúde. “O consorciado vai fazer um contrato com a administradora de consórcio para receber um crédito mediante o pagamento de parcelas pré-definidas, como qualquer outro consórcio. Ao ser contemplado por sorteio ou lance, ele receberá um crédito para gastar em serviços, entre eles está a cirurgia plástica. Mas quem vai escolher a clínica e o médico serão os consorciados”, explicou o consultor.

No caso do consórcio Maia, as faixas de serviços foram divididas inicialmente em dois grupos de crédito. Um que oscila de cotas de R$ 3 mil a R$ 6 mil e outra de R$ 7 mil a R$ 14 mil. Os prazos das prestações também são dois: 30 e 40 meses. Já a Embracon oferece crédito a partir de R$ 5 mil, com prazos acima de 36 meses. As taxas de administração chegam com taxas mais salgadas que as de bens duráveis, como veículos (18%) e variam de 26% a 31,7% na capital.

Leia mais na edição deste domingo do Jornal da Paraíba
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Jornal da Paraíba

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