COTIDIANO
Sócio e agiota são suspeitos de terem matado casal em Campina Grande
Investigação da Polícia Civil aponta que casal assassinado ao sair de um casamento em CG teve morte planejada; sócio é suspeito.
Publicado em 18/02/2015 às 8:09
Inveja, dívida, ambição e suspeita de fraudes são os motivos apresentados pela Polícia Civil para o assassinato do casal Washington Luís Alves de Menezes, 51 anos, e a companheira dele, a contadora Lúcia Sant'Ana Pereira, 42 anos, em Campina Grande. O empresário Nelsivan Marques, sócio das vítimas e o agiota Franciclécio de Farias Rodrigues são apontados como mentores e responsáveis por encomendar a execução do casal ocorrida no dia 29 de março deste ano após a saída do casamento de Nelsivan, onde as vítimas foram padrinhos.
Seis pessoas foram presas na operação 'Iscariotes' deflagrada às 5h da madrugada de ontem pela Delegacia de Homicídios em Campina Grande. Um sétimo acusado identificado como Rafael está foragido. Entre os acusados presos estão Nelsivan Marques, Franciclécio de Farias Rodrigues, Gilmar Barreto da Silva, Maria Gorete Alves, Aleff Sampaio dos Santos e Samuel Alves de Souza. Este último é o executor do crime e já estava preso no Serrotão, desde o dia 27 de maio, acusado de um roubo a residência no bairro Jardim Tavares, em Campina Grande. O acerto era pagar R$ 4 mil a Samuel, mas ele só recebeu parte do valor.
Segundo a Polícia Civil, a operação prendeu não somente os acusados na morte do casal, mas também outros envolvidos em duas tentativas de homicídio contra o empresário Washington. A polícia ainda deixou claro que a esposa de Nelsivan Marques não tem nenhuma relação com a morte do casal.
A delegada que investigou o caso, Tatiana Matos, revelou que o empresário Nelsivan sentia inveja de seu sócio pelo patrimônio que ele estava adquirindo. “Toda vez que Washington comprava um carro, Nelsivan comprava um carro igual. Isso aconteceu com um veículo Honda Civic, uma S-10 e um Ford Fusion, porém, quando Nelsivan foi comprar o Fusion viu que não tinha crédito para isso e descobriu que Washington tinha comprado o carro a vista, no valor de R$114 mil, ficando surpreso”, disse a delegada.
Além da inveja a delegada destacou que um dos indícios que fortaleceram a motivação do crime foi quando Nelsivan começou a desconfiar que estivesse sendo vítima de fraude pelo casal nos lucros com a sociedade da faculdade. “Em janeiro deste ano Nelsivan descobriu um relatório com prestação de contas da faculdade Sapiens, diferentes da que eram repassadas pelo casal. Então Nelsivan começou a desconfiar que estava sendo enganado”, disse a delegada Tatiana Matos.
De acordo com a investigação, o crime foi planejado por Nelsivan e pelo agiota Franciclécio, que estava com raiva de Washington, pois tinha vendido uma caminhoneta L200 à Washington, no valor de R$ 81 mil e não recebeu o dinheiro.
“Aproveitando a fúria do agiota, o Nelsivan aproveitou para articular a morte prometendo que pagaria o valor devido na compra do carro”, frisou a delegada.
Um detalhe que chama atenção e fortalece o interesse de Nelsivan Marques na morte do sócio, segundo a polícia, é que no contrato da sociedade feita entre os dois para a propriedade da faculdade Sapiens existe uma cláusula única que determina que, em caso de morte de um dos sócios, não há repasse para herdeiros e tudo fica para o sobrevivente. (Especial para o JP)
Participação dos seis presos
Nelsivan Maques: sócio de Washington na faculdade Sapiens é acusado de ser um dos mentores e mandante do crime.
Franciclécio de Farias Rodrigues: também acusado de ser o mentor do crime, sendo o responsável por mandar Gilmar Barreto contratar o pistoleiro para cometer o crime.
Gilmar Barreto da Silva: acusado de ter sido contratado por Franciclécio para providenciar a execução de Washington e Lúcia. Ele é suspeito de contratar Samuel e comprar a arma para executar o casal.
Aleff Sampaio dos Santos: primeiro pistoleiro contratado para o crime, mas não conseguiu matar a vítima, no atentado do dia 1° de março. Ele é acusado de tentativa de homicídio e roubo.
Samuel Alves de Souza: acusado de ser o pistoleiro contratado por Gilmar para executar o casal. Samuel recebeu a proposta de R$4 mil para o crime, mas só recebeu R$ 2 mil, após o crime. Ele já estava preso.
Maria Gorete Alves: é a esposa de Gilmar e suspeita de saber de todo o planejamento do crime, sendo cúmplice. No dia do homicídio ela estava no carro do marido junto a ele e o pistoleiro que matou o casal.
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