VIDA URBANA
Cesarianas estão em redução
Secretaria de Saúde do Estado revela que houve queda no número de mulheres que optam por esse tipo de parto na Paraíba.
Publicado em 15/06/2014 às 8:00
A quantidade de cirurgias cesarianas realizadas em unidades públicas de saúde está sendo reduzida na Paraíba. É o que mostram números divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Em 2012, um total de 1.176 mulheres foram submetidas ao procedimento em 15 instituições públicas de saúde espalhadas pelo Estado. Já no ano seguinte, o total de procedimentos praticados nos mesmos estabelecimentos não passou de 867, o que representou uma diminuição de 26,28%.
Para a coordenadora de Saúde da Mulher da SES, Fátima Morais, a redução é reflexo de medidas adotadas pelo governo. “A nossa pretensão é reduzir esses números ainda mais.
Desde 2012, estamos realizando ações de incentivo ao parto normal, porque ele gera mais benefícios para a mãe e filho. Estamos tentando desmistificar aquela ideia de que parto normal é ruim. A mulher é conscientizada desde o início do pré-natal”, explica.
Fátima ainda acrescenta que a indicação do tipo de parto que deve ser realizado só ocorre após as condições de saúde da paciente serem analisadas corretamente. “Há casos em que a cesariana é inevitável, mas já constatamos que a maioria dessas cirurgias ocorre sem indicação médica”, afirma.
Quando é realizada sem indicação médica, a cesariana aumenta os riscos de complicações durante o parto, pode deixar graves sequelas e até causar a morte da mãe ou da criança. É o que alerta o médico pediatra Cláudio Orestes, membro do Conselho Municipal de Combate à Mortalidade Infantil de João Pessoa.
“O que acontece é que a cesariana é feita a partir da idade gestacional mostrada no exame de ultrassonografia, mas nem sempre isso é fidedigno, ou seja, nem sempre a imagem mostra a real idade gestacional da paciente. Nesse caso, a cesariana pode ocorrer antes do tempo, causando a prematuridade do bebê”, diz.
Se nascer de forma prematura, a criança tem mais chances de contrair infecção hospitalar e pode desenvolver vários problemas de saúde. Os principais serão respiratórios. “A quantidade de cesarianas do Brasil é duas vezes maior em relação à Holanda e Alemanha, porque no Brasil, a cesariana se tornou uma questão de status, quando deveria ser uma questão de saúde”, avalia o pediatra.
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