CULTURA
Exposição do artista plástico Hermano José começa hoje
Abertura da exposição 'Retrospectiva' do artista plástico paraibano Hermano José será nesta quinta-feira (27).
Publicado em 27/08/2009 às 10:12
Por Renato Félix do Jornal da Paraíba
Uma exposição que mostra a obra de Hermano José em retrospecto não é nada fácil de organizar. Afinal, são mais de 60 anos de arte. Mas Retrospectiva se propõe a um passeio pelos registros em pintura, gravura e desenho do artista plástico, com obras que vão desde o final dos anos 1940 até 2009. O local é a Galeria de Arte Solo, no Zarinha Centro de Cultura, onde também será inaugurada hoje a Biblioteca de Arte Hermano José, em homenagem ao pintor. A abertura é às 19h30.
São 30 quadros que incluem as paisagens pintadas a óleo dos anos 1940 e 1950, gravuras dos anos 1960, chegando até a pinturas abstratas produzidas este ano. “De cada fase, um tempo; de cada tempo, uma coisa”, conta o artista.
Entre as paisagens, destacam-se as diversas pinturas sobre a ponta do Cabo Branco, imagem que virou quase uma assinatura de Hermano José - e que refletem sua postura muito firme em favor do meio-ambiente. “Eu acho que todo artista plástico tem a natureza como um de seus modelos”, conta. “Então, o artista logicamente tem que respeitar o modelo dele”.
Hermano José pintou o Cabo Branco até 1956, quando mudou-se para o Rio de Janeiro - onde viveu por 20 anos. De volta à Paraíba, voltou ao local para desenhar a barreira, mesmo sofrendo com as mudanças pelas quais ela passou.
Nascido em Serraria, em 1922, ele chegou a João Pessoa em 1936. “Quando cheguei aqui, João Pessoa ainda era uma cidade romântica”, lembra. “Tambaú era uma casa ou outra, e de rico, para veranear”. A Biblioteca de Arte Hermano José contará unicamente com livros sobre o universo das artes plásticas em seu acervo. Ela fica na galeria e o conselho curador quer ampliá-la através de doações e contatos com instituições e editoras.
O artista plástico continua firme em defesa da natureza e de suas convicções artísticas. “A arte ainda não sujou-se”, acredita. “Você pega uma música de Bach ou Vivaldi e a beleza é a mesma. O que comove ou move a emoção humana é a arte”.
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