COTIDIANO
Traficante detido em penitenciária ordena chacina de família rival
'Pitbull' encomendou morte de família rival na comunidade Boa Esperança, em JP, segundo revelou vítima antes de morrer. Dois acusados estão detidos e cinco foragidos.
Publicado em 27/02/2010 às 17:50
Karoline Zilah
A revelação de uma vítima de assassinato momentos antes de sua morte ajudou a Polícia Militar a localizar neste sábado (27) dois acusados de envolvimento em quatro homicídios ocorridos na noite da sexta-feira (26), em João Pessoa. Os crimes, na verdade, se trataram de uma chacina e teriam sido encomendados por um traficante preso na penitenciária de segurança máxima PB-I, em Jacarapé, ao preço de R$ 150.
O caso foi desvendado quando, em seus últimos minutos de vida, a traficante Maria das Dores da Silva Santos, de 48 anos, revelou aos policiais militares que lhe socorreram os nomes dos responsáveis pelo seu assassinato e os motivos pelos quais ela foi torturada, esfaqueada e baleada em um terreno próximo à comunidade Vale das Palmeiras, no bairro Cristo Redentor.
Além dela, morreram o marido, Edson de Luna Freire, de 50 anos, o filho, Alexandre da Silva Santos, de 26, e um pedreiro identificado como “Sinhô”, que não tinha relação com o tráfico, mas que, por presenciar a execução de Edson, acabou sendo assassinado como queima de arquivo.
A operação sob o comando do major Lívio e do capitão Carlos, respectivamente do Serviços de Inteligência do Comando Geral e do 5º Batalhão da Polícia Militar, resultou na apreensão de dois adolescentes e de armas que teriam sido usadas na chacina.
Encontrada viva e amarrada em cordas, Maria das Dores ainda teve tempo de dizer que a morte dela e da família teria sido encomendada pelo traficante Anderson Pitbull por vingança.
A ordem teria partido de dentro do presídio porque, segundo a vítima, ela, o marido e filho trabalhavam para Anderson, mas decidiram deixar de vender drogas para ele e passaram a fazer concorrência, cuidando sozinhos dos próprios negócios ilegais. Por sua vez, 'Pitbull' teria contratado sete pessoas para executar a família.
Como aconteceu
O soldado Melo, do Serviço de Inteligência do Comando Geral, explicou à reportagem do Paraíba1 que, a partir das informações cedidas por Maria das Dores antes de sua morte no Hospital de Trauma, foi possível localizar dois acusados.
Um adolescente de 16 anos foi encontrado na comunidade Boa Esperança, mesmo local onde Maria das Dores e o filho foram mortos. Levado para a 9ª Delegacia Distrital, ele confessou que executou o pedreiro no Valentina Figueiredo, mas negou que tenha matado Edson Luna.
Ele apontou o nome de um outro rapaz, de 17 anos, que foi encontrado na comunidade Nova República, no bairro Ernesto Geisel. Este último disse ter participado apenas da segurança dos homens que executaram a mãe e o filho. No quintal da casa dele estava enterrada a arma usada nos homicídios.
Para pôr em prática o plano de matar três pessoas da mesma família, eles teriam contado com a ajuda de mais pessoas. Primeiro, encomendaram a Edson e Sinhô o frete de uma geladeira no Valentina Figueiredo. Eles assassinaram os dois e roubaram o carro dele, uma Fiorini vermelha, e partiram para o Cristo, onde concluíram as ordens. O carro foi encontrado no Bairro das Indústrias.
Foragidos
Com base nas informações de Maria das Dores e dos menores de idade, a polícia ainda está à procura de cinco acusados de participação na chacina. Entre eles está Djanilson Meireles de Lima, conhecido como 'Sapoti', que seria o bandido mais perigoso do grupo e chefe do tráfico na comunidade Boa Esperança.
Além dele, são procurados Diego do Nascimento, Maciel José da Silva, Maurício José da Silva e Thiago Laurentino da Silva.
A Polícia Militar alerta que a população pode colaborar anonimamente com informações sobre o paradeiro destes homens por meio do telefone 190, do Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop).
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