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VIDA URBANA

Nova espécie de dinossauro é encontrada em Sousa

Descoberta é a primeira identificação eficaz dos grandes reptéis, e do dinossauro mais antigo da era Cretácea.

Publicado em 25/07/2016 às 8:58

Uma nova espécie de dinossauro foi descoberta no Vale dos Dinossauros, em Sousa, no Sertão paraibano, por um grupo de pesquisadores. Os paleontólogos encontraram um novo vestígio desses seres pré-históricos, são fragmentos fossilizados da fíbula, um osso da perna, do que seria uma nova espécie de titanossauro - herbívoro conhecido pelo longo pescoço - que viveu na Paraíba há cerca de 136 milhões de anos. A descoberta foi publicada em uma revista científica, e divulgada pelo jornal Folha de São Paulo.

A descoberta, liderada pela paleontóloga Aline Ghilardi, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é a primeira identificação eficaz dos grandes reptéis que habitaram aquela região e também a do dinossauro mais antigo do período Cretáceo - entre 145 e 66 milhões de anos atrás - a ser identificado no Brasil.

Através de um estudo comparativo do material descoberto, os pesquisadores chegaram a conclusão que se trata de uma espécie inédita. A fração óssea recuperada, porém, ainda não é suficiente para descrever a espécie formalmente em sua totalidade de detalhes.

Por enquanto, o dinossauro recebeu o apelido de Sousatitan, o titã de Sousa. Os paleontólogos estão aguardando a coleta de mais material do fóssil e o aprofundamento das pesquisas para prosseguirem com a descrição completa e oficial do animal.

O artigo foi publicado na revista científica "Cretaceous Research", e já traz informações relevantes sobre esse novo dinossauro. Os cientistas estimam que ele tinha 1,60m de altura até o quadril, e que não deveria ter mas do que 5,70m de comprimento. Porém, uma análise histológica mostrou que o osso pertencia a um indivíduo jovem, que morreu antes de desenvolver completamente.

"É possível que um sousatitã adulto pudesse atingir um tamanho muito maior do que esse", afirma Ghilardi ao jornal Folha de São Paulo.

Sousenses auxiliaram

A identificação do fóssil só foi possível graças à observação de um dos moradores de Sousa, Luiz Carlos Gomes, que viu o osso ainda em meio às pedras e sedimentos e resolveu tirar uma foto. A imagem foi compartilhada na internet, chegou a um grupo de paleontólogos, que notou o potencial dos fragmentos encontrados.

Uma parceria com a secretaria de turismo local garantiu que o fóssil fosse devidamente recolhido e transportado para a Universidade Federal de Pernambuco, onde foi estudado. Após o trabalho, o titã paraibano retornou para Sousa, onde vai ficar exposto ao público no museu do Vale dos Dinossauros.

Segundo Ghilardi, a descoberta pode ajudar a impulsionar não somente a pesquisa paleontológica, mas também o turismo na região.

O parque Vale dos Dinossauros, criado pelo governo do Estado em 2002, tem 700 km² e diversas atividades envolvendo dinossauros e ecoturismo. Mas a atração principal são mesmo as pegadas. Há registros que variam entre 5 e 40cm, e a área reserva ainda uma das mais longas trilhas de pegadas desses grandes reptéis no mundo.

Imagem

Jornal da Paraíba

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