icon search
icon search
home icon Home > política > pleno poder
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

PLENO PODER

Justiça condena mais três envolvidos no caso Braiscompany a mais de 170 anos de prisão

Sentença também prevê prisão após trânsito em julgado, suspensão de direitos políticos e indenização milionária às vítimas

Publicado em 15/04/2025 às 17:38 | Atualizado em 15/04/2025 às 18:13


				
					Justiça condena mais três envolvidos no caso Braiscompany a mais de 170 anos de prisão
(Foto: Divulgação)

A Justiça Federal da Paraíba condenou três envolvidos no caso Braiscompany a penas que somam mais de 170 anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, operação irregular de instituição financeira e organização criminosa.

A empresa, que atuava ilegalmente no mercado de criptoativos, movimentou mais de R$ 1 bilhão e lesou milhares de investidores com falsas promessas de retorno financeiro.

A sentença, assinada pelo juiz federal da 4ª Vara Federal de Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, é resultado de uma ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF), com base em robusta investigação da Polícia Federal e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Justiça considerou válidas as provas produzidas no processo, incluindo a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático, além de material extraído de dispositivos eletrônicos com uso de softwares forenses.

Foi também reconhecida a preservação da cadeia de custódia das provas digitais, afastando alegações de cerceamento de defesa.

Da decisão cabe recurso.

Condenações expressivas

Entre os réus condenados na decisão desta terça-feira, estão Joel Ferreira de Souza, apontado como um dos principais líderes do esquema. Ele foi sentenciado a 128 anos, 5 meses e 28 dias de reclusão, além de 6380 dias-multa, cada um no valor de 15 salários mínimos. Joel deverá cumprir a pena em regime fechado e terá bens confiscados no valor de até R$ 36,59 milhões.

Outra condenada foi Gesana Rayane Silva, que, de acordo com as investigações, tinha papel relevante na estrutura da empresa e responde por cinco crimes de lavagem de dinheiro. Ela foi sentenciada a 27 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão, mais 2075 dias-multa, cada um correspondente a dois salários mínimos. Também foi fixado valor solidário de R$ 36,59 milhões para reparação de danos causados aos investidores.

Victor Augusto Veronez de Souza recebeu pena de 15 anos de reclusão, com 500 dias-multa, a serem pagos em valor fixado pela Justiça. A pena será cumprida igualmente em regime fechado.

Medidas adicionais

Além das penas de reclusão, a sentença do juiz Vinícius Costa Vidor também determinou algumas outras medidas adicionais, como: a expedição de mandados de prisão para os réus após o trânsito em julgado; a suspensão dos direitos políticos dos condenados e a fixação de um valor mínimo de R$ 36,5 milhões para reparação dos danos causados aos investidores.

Absolvições por ausência de provas

Por outro lado, os réus Mizael Moreira Silva e Clélio Fernando Cabral do Ó foram absolvidos das acusações por, de acordo com a justiça, "não terem sido apresentadas provas suficientes para condenação".

Esquema de fraudes milionárias e uso de criptoativos

De acordo com a ação, a Braiscompany captava recursos de aproximadamente 20 mil investidores com promessas de lucros mensais entre 3% e 10%. Esses aportes eram formalizados por meio de contratos de “locação de criptoativos”, mas a Justiça reconheceu que se tratava, na realidade, de contratos de investimento coletivo – considerados valores mobiliários pela legislação brasileira.

As investigações revelaram que a empresa jamais realizou operações reais com criptoativos. Em vez disso, os valores eram utilizados para pagar comissões a “brokers”, salários de traders, despesas pessoais dos sócios e ressarcimentos a investidores mais antigos – típica estrutura de pirâmide financeira.

A análise técnica da Polícia Federal demonstrou que apenas 1% do valor arrecadado foi aplicado em transações com criptomoedas. A maior parte dos recursos foi desviada em benefício dos próprios sócios e de terceiros ligados ao grupo, configurando crimes como gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de capitais e integração em organização criminosa.

O outro lado

Em contato com a produção da TV Paraíba, a defesa de Gesana Araújo classificou a decisão como "injusta e desproporcional".

De acordo com o advogado Bruno Cezar Cadé, logo após a sentença, foi interposta apelação, "com base na convicção de que a penalidade revela seletividade do sistema penal", que, segundo a defesa, "pune uns enquanto outros, mesmo envolvidos em escândalos de grande impacto, permanecem impunes".

A equipe jurídica argumenta ainda que Gesana foi condenada em razão de vínculos com pessoas como Antonio Neto e Fabrícia Ais, donos da Braiscompany, e não por provas concretas contra si. A defesa acredita que "a decisão será revertida e a verdade dos fatos será reconhecida."

O Blog Pleno Poder e a TV Paraíba entraram em contato com os advogados de defesa dos demais condenados, mas até o momento não obteve retorno. O espaço, claro, segue aberto.

Texto: Pedro Pereira

Imagem ilustrativa da imagem Justiça condena mais três envolvidos no caso Braiscompany a mais de 170 anos de prisão

João Paulo Medeiros

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp