MEIO AMBIENTE
Indígenas potiguara de Baía da Traição se unem para salvar rio de assoreamento
Trabalho já dura quatro anos e está agora na fase de replantio das margens com mudas nativas.
Publicado em 19/04/2025 às 7:03

Um projeto que mobiliza cerca de 40 indígenas potiguara vem há quatro anos lutando para salvar o Rio do Aterro, que está localizado no município de Baía da Traição, no Litoral Norte da Paraíba, e que estava praticamente morto quando os trabalhos começaram.
A iniciativa do Águas Potiguara une a força dos indígenas mais jovens e a sabedoria dos mais velhos para livrar o manancial do assoreamento. Os detalhes foram mostrados em uma reportagem da TV Cabo Branco..
"Tinha um percurso do rio que a gente não sabia para onde ia, porque já estava tudo totalmente fechado. Mas aí os anciões mais velhos nos ajudaram nesse ponto", relembra Jessé Potiguara, um dos voluntários da ação.
Ao longo dos últimos quatro anos, os indígenas rejeitaram qualquer uso de maquinário e fizeram todo o trabalho com as próprias mãos, numa relação mais íntima com a natureza. E o resultado fez surtindo efeito.

De acordo com os próprios participantes do projeto, é visível como o curso do rio está mais largo, mais forte, mais vivo, respirando melhor.
Entre os participantes, Anabel Potiguara ressalta a importância da adesão de jovens como ela.
"Eu acho muito importante os jovens participarem. Para conhecer mais sobre sua cultura, se reconectarem com a espiritualidade, com a natureza. Para, principalmente, saber mais sobre o meio ambiente", explica.

Baía da Traição tem, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 9.224 habitantes. E, desses, 86% são indígenas, que defendem uma relação mais respeitosa com a natureza. São essas pessoas que vêm trabalhando para combater o assoreamento do rio.
Passada a primeira etapa do projeto, inclusive, uma etapa ainda mais importante está sendo realizada. Isso porque os indígenas potiguuara vêm agora criando mudas de árvores nativas para realizar o replantio nas margens do rio, o que vai proteger ainda mais o seu curso.
Essa ação, inclusive, tornou-se visivelmente mais importante depois de fevereiro deste ano, quando a cidade sofreu uma enchente. Segundo as autoridades, a causa principal da enchente foi justamente a degradação ambiental de rios da região.

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