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EDUCAÇÃO

Professor potiguara fala sobre superação e educação indígena: 'Valorização das tradições'

Educador indígena percorreu jornada de superação para se tornar professor e hoje busca promover o acesso à educação indígena para as gerações futuras.

Publicado em 19/04/2025 às 11:59


				
					Professor potiguara fala sobre superação e educação indígena: 'Valorização das tradições'
Genilson Silva de Lima/Arquivo Pessoal

Nascido na Aldeia Brejinho, a 3 km do município de Marcação e a 75 km da capital paraibana, o potiguara Genilson Silva de Lima atravessou a infância em meio a uma rotina exaustiva na qual se equilibrava entre o trabalho e o estudo.

Hoje professor de História formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestre em Ciências das Religiões e Ciências da Educação e doutorando em Antropologia, Genilson conta que uma das coisas que ouviu de sua mãe enquanto criança e nunca esqueceu foi o conselho de buscar uma vida melhor através do estudo.

Enquanto menino, movido pelo incentivo da mãe, uma mulher analfabeta, Genilson caminhava mais de 10 quilômetros para pegar o transporte escolar e ir até a instituição de ensino improvisada onde estudava. Ainda criança, ele se dividia entre o trabalho de pesca na maré e o aprendizado na escola, sempre repetindo para si mesmo o conselho materno que havia recebido.


				
					Professor potiguara fala sobre superação e educação indígena: 'Valorização das tradições'
Professor indígena Genilson Silva de Lima atua em uma escola na Aldeia Brejinho.. Arquivo Pessoal

"Os desafios que eu tive foram imensos, principalmente o de não conseguir dormir direito porque tinha que acordar cedo para poder trabalhar, mas a motivação veio de uma frase que mamãe me disse", explica o professor potiguara. “Ou você segue para ter um momento e uma vida melhor, ou você continua nessa mesma vida, é você que escolhe", ele diz, recitando as palavras que ouvia da mãe.

Educação indígena e superação

Ao entrar na universidade, Genilson explica que teve que lidar com muitos olhares de preconceito. No entanto, com o propósito de se tornar professor para possibilitar o acesso à educação para as crianças da comunidade indígena onde nasceu, o potiguara se manteve firme em sua busca por conhecimento e por um futuro melhor.

"O conhecimento é o caminho, ele é transformador [...] A universidade não foi criada para um indígena, para o pobre, para o humilde, a gente conquista esse espaço", disse o professor, relembrando a luta que precisou travar para permanecer na graduação apesar do julgamento alheio.

Em busca de facilitar o caminho para as gerações futuras, Genilson conta que hoje é professor de uma escola indígena na Aldeia Brejinho, que teve o prédio renovado em 2019. Lá, ele une os conhecimentos tradicionais com os costumes da cultura indígena potiguara.

"A educação escolar indígena é essa educação que valoriza, que tem autonomia, que valoriza as tradições, o costume, a história, que tem a participação da comunidade", diz ele.


				
					Professor potiguara fala sobre superação e educação indígena: 'Valorização das tradições'
Genilson Silva de Lima/Arquivo Pessoal

Durante sua jornada em busca do acesso à educação, Genilson ressalta que sempre levou suas vivências na Aldeia Brejinho para dentro de suas produções acadêmicas, dando visibilidade ao território indígena e seus moradores. Ainda hoje, ele leva esse apreço por sua identidade e pelo lugar de onde veio para seus alunos em sala de aula.

"Então, tanto os jovens como os mais velhos e as crianças estão engajadoss nesse movimento, nessa revitalização das tradições, dos costumes, da identidade, da história, da língua do nosso povo. Estamos juntos, unidos para mostrar para todos que os indígenas da Paraíba existem, que os potiguares estão aqui firmes, fortes, e que eles vão permanecer buscando o seu espaço", afirma o professor.

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Mabel Pontes

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