PLENO PODER
Vereador de Jacaraú causa revolta ao dizer que servidora “deveria apanhar” em sessão pública
Declaração de Genésio Pessoa gera repercussão negativa nas redes sociais e levanta debate sobre violência e responsabilidade de agentes públicos
Publicado em 11/05/2025 às 16:50 | Atualizado em 11/05/2025 às 17:55

Um episódio lamentável e revoltante ocorreu durante uma sessão itinerante da Câmara Municipal de Jacaraú, no Litoral Norte da Paraíba, quando o vereador presidente do Parlamento, Genésio Pessoa (PSB), ao comentar uma denúncia feita por uma morador do município sobre uma mulher que teria sido supostamente agredida na Câmara Municipal, declarou que a mulher “não apanhou, mas deveria”.
Ainda durante a sessão, o vereador tentou atenuar o peso da sua declaração, afirmando que o comentário teria sido feito em referência a um episódio ocorrido com uma funcionária da prefeitura que supostamente estaria incomodando os funcionários da Câmara.
“Quando eu falei aqui na questão que merecia, porque foi desacatar quem tava trabalhando, uma pessoa desocupada a vida toda desacatando quem tava trabalhando. Então, assim, eu peço desculpa pelo que falei, mas que se respeite aquela casa. Eu peço que respeite aquela casa, quem for pra lá que vá reivindicar, cobrar os seus direitos”, disse.
A justificativa, porém, não ameniza em nada a gravidade do que foi dito.
Confira a declaração:
O caso acendeu um importante alerta sobre como o discurso violento, mesmo em tom de “desabafo” ou “ironia”, reforça uma narrativa de violência contra a mulher em todos os espaços.
Em um país onde uma mulher é assassinada a cada seis horas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, qualquer manifestação que naturalize ou minimize a violência de gênero deve ser imediatamente rechaçada.
O vereador Genésio precisa entender que sua fala não foi apenas inadequada, foi uma afronta ao compromisso público que assumiu ao ser eleito. Palavras têm peso, especialmente quando proferidas por quem ocupa uma posição de poder.
Que o eleitor, diante de situações como essas, possa analisar melhor se a conduta de seus candidatos está à altura das funções que exercem.
Ocupar um cargo público não é ter licença para agredir através da imunidade de fala, é ter a obrigação de proteger.
Que essas palavras não se percam ao vento e que as medidas cabíveis sejam aplicadas. É o mínimo.
Texto: Pedro Pereira
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