VIDA URBANA
Família de sargento morto em terremoto no Haiti fala da perda
Missão de sargento radicado na Paraíba, que deveria ter acabado no último dia 4, teve que ser prolongada. Depois de adiada, volta de Davi Ramos estava marcada para este sábado.
Publicado em 13/01/2010 às 13:42
Da Redação
O Paraíba1conversou com familiares de Davi Ramos de Lima, 2º sargento do Exército Brasileiro que morreu em missão de paz em um terremoto no Haiti, na terça-feira (12). Todos estavam consternados e lamentavam muito a fatalidade.
Amaro Augusto de Lima, pai de Davi, contou que já tinha visto a tragédia nos noticiários da TV e até tentou entrar em contato com o filho, mas não conseguiu. Tempos depois, cerca de 1h30, ele recebeu um telefonema de outro filho, e logo pensou em Davi. “Quando Fernando ligou, eu lembrei de Davi e do terremoto do Haiti”, contou.
Veja vídeo com depoimento dos parentes
O 2º sargento, Davi Ramos, nasceu na cidade de Garanhuns, em Pernambuco, mas veio para João Pessoa quando ainda era muito pequeno. “Ele morou a vida inteira aqui e é paraibano de coração”, revelou emocionado.
De acordo com Amaro, a missão de Davi no Haiti, que deveria durar seis meses, teve início no dia 4 de julho de 2009 e deveria ter acabado no último dia 4 de janeiro, mas alguns contratempos fizeram com que ele permanecesse na missão.
Amaro disse que Davi foi o único dos seis filhos que desejou seguir os passos do pai e entrar para o serviço militar. “O sonho dele era ser militar”, revelou. Ele contou que o filho ingressou na Escola de Sargento do Exército (ESA) em 1995 e, desde então, participava de missão em vários lugares.
Davi estava morando no município de Lorena, no estado de São Paulo, lugar onde deixou esposa e três filhos. O mais novo deles, Gabriel, tem apenas cinco meses de idade e só teve a oportunidade de ver o pai uma única vez. A visita ao Brasil aconteceu há cerca de dois meses, quando Davi conseguiu autorização do Exército para passar uma semana com a família, em Lorena.
Arimatéia Lima, irmão da vítima, contou que a família estava com passagens compradas para receber o irmão, que deveria chegar neste sábado (16), em São Paulo. “A viagem seria para matar as saudades, mas agora vai ser de luto.”, contou.
O pai com lágrimas nos olhos contou que apesar da tragédia, tem muito orgulho do filho. “Ele foi com orgulho, com fibra de herói. Foi levar paz para uma terra sem paz.”
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