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CULTURA

Jornalistas paraibanos lançam livro sobre Forró

O Fole Roncou! está para o forró como Chega de Saudade está para a bossa nova e Dias de Luta para o rock brasileiro.

Publicado em 04/11/2012 às 8:00

Dois jornalistas paraibanos – um de João Pessoa e outro de Coremas - acabam de lançar um delicioso livro sobre forró. Em O Fole Roncou! Uma História do Forró (Zahar, 504 págs., R$ 34,90 o e-book; R$ 49,90 o livro) Carlos Marcelo Carvalho e Rosualdo Rodrigues costuram histórias de Luiz Gonzaga, Marinês, Abdias e Sua Sanfona de Oito Baixos, Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda, Elino Julião, Trio Mossoró, Antônio Barros e Cecéu, Sivuca, Biliu de Campina e tantos outros que acabam por contar os 50 anos da expressão musical mais identificada com o Nordeste.

O Fole Roncou! está para o forró como Chega de Saudade está para a bossa nova e Dias de Luta para o rock brasileiro. Aqui, o forró ganha um sotaque genuinamente nordestino a partir destes dois conterrâneos que se conheceram em Brasília, na redação do jornal Correio Braziliense.

A ideia partiu de Carlos Marcelo, autor de Renato Russo: O Filho da Revolução, biografia do finado líder da Legião Urbana. Marcelo queria escrever um livro sobre Genival Lacerda. “Antes de dividir essa ideia com o Rosualdo, porém, cheguei a pensar em escrever a biografia de um personagem imaginário, no caso de ‘Severina Xique-Xique’, revela o autor.

Esse interesse levou Carlos a conhecer a trajetória do autor de ‘Severina Xique-Xique', o campinense João Gonçalves e, por essa época, a conhecer na capital federal o músico Marcos Farias, filho do sanfoneiro Abdias e da cantora Marinês.

“Então, por algum tempo, pensei em fazer a biografia da Rainha do Xaxado. Mas aí fui percebendo que talvez fosse mais interessante reunir e amalgamar essas biografias em um só volume, fazer uma espécie de Chega de Saudade do forró", comenta Carlos. "Aí percebi que esse era o livro que eu gostaria de ler: um livro que pudesse reconstituir como essas pessoas saíram de sua região e chegaram ao Rio e São Paulo praticamente na mesma época, em busca do sucesso para garantir não a fama, mas a sobrevivência”.

Foram 3 anos de entrevistas e pesquisas em acervos de jornais, revistas e livros e viagens a Campina Grande, Caruaru, São Paulo e Rio de Janeiro. “A dificuldade foi a que um trabalho como esse naturalmente dá, é um trabalho de formiga juntar uma informação daqui, outra dali. Mas todos os entrevistados foram muito receptivos, tiveram muita boa vontade de partilhar suas histórias, o que facilitou bastante”, comenta Rosualdo.

Nesse processo, a dupla de autores percebeu que não existia um livro que contasse a história do forró – ou, pelo menos, 'uma' história do forró, como se propõe O Fole Roncou! -, mas boas biografias dos medalhões, como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. “E, ao entrevistar os primeiros personagens, ficou claro que as histórias se entrelaçavam naturalmente: Jackson, parente de Genival, que gravou João Gonçalves, que foi contratado por Oséas Lopes, que pertencia ao Trio Mossoró, que conhecia João do Vale, que escreveu o primeiro sucesso de Marinês, que foi lançada por Luiz Gonzaga...”, elenca Marcelo.

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Jornal da Paraíba

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