VIDA URBANA
Cemitérios da capital estão superlotados
Além da superlotação, o vandalismo é outro problema enfrentado; prefeitura de João Pessoa deve inaugurar mais um cemitério no próximo ano.
Publicado em 11/09/2012 às 6:00
A violência urbana e o consequente aumento dos índices de mortalidade na zona metropolitana de João Pessoa são os principais fatores para a superlotação dos cemitérios da cidade. A capital conta atualmente com 17.105 jazigos públicos, entre permanentes (11.277) e rotativos (5.828), distribuídos entre os seis cemitérios mantidos pela Prefeitura Municipal. A oferta de túmulos deverá ser duplicada com a implantação de um novo cemitério público, previsto para ser inaugurado no primeiro semestre do ano que vem no bairro Cidade Verde de Mangabeira.
A equação é simples: se aumenta o número de mortos, aumenta também a procura por espaços para sepultá-los, explica o chefe da Divisão de Cemitérios da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Williams Viana. “Muitas pessoas têm chegado a óbito em João Pessoas vítimas da criminalidade e isso se reflete diretamente na ocupação dos cemitérios. Temos sentido uma demanda crescente, sobretudo nos dois últimos anos. Há também o fato de, por ser capital, os cemitérios de João Pessoa recebem pessoas de outras cidades do estado”, avalia Williams.
O chefe da Divisão faz outra leitura da situação: a violência atinge sobretudo as pessoas de menor poder aquisitivo, de modo que se verifica uma maior demanda nos cemitérios públicos que nos privados. As estatísticas reforçam a análise do técnico. Em 2011 foram sepultadas em João Pessoa 3.986 pessoas, sendo 1.651 mulheres e 2.335 homens. Neste ano, até o dia 31 de agosto, foi registrada a entrada de 2.787 pessoas (1.108 mulheres e 1.516 homens) nos cemitérios públicos da capital.
A cidade de João Pessoa possui seis cemitérios públicos: Cristo Redentor (4.330 vagas, sendo 1.691 permanentes e 2.639 rotativas), Santa Catarina (2.241 vagas - 1.349 permanentes e 892 rotativas), São José (2.973 vagas - 1.395 permanentes e 1.578 rotativas), Penha (248 vagas - 99 permanentes e 149 rotativas), São Sebastião (294 vagas - 78 permanentes e 216 rotativas) e Senhor da Boa Sentença, sendo este último o com maior capacidade, com 7.019 vagas, sendo 6.665 delas permanentes e 354 rotativas. Os jazigos são de dois tipos: horizontais permanentes e verticais rotativos. No segundo tipo, os corpos são mantidos no túmulo durante aproximadamente dois anos e meio e em seguida os restos mortais são transferidos para um ossuário.
De acordo com Williams Viana, além da superlotação, outro problema enfrentado pela administração dos cemitérios está relacionado ao vandalismo. “Os túmulos sofrem com a depredação de vândalos e também com o abandono. Os jazigos são responsabilidade das famílias que ali sepultam seus entes, acontece que muitos esquecem o local e então recaem sobre a Sedurb os encargos com manutenção e reparos nas estruturas”, declara Viana. A limpeza dos cemitérios é realizada pela Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).
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