CULTURA
Senado reúne acervo raro de publicações brasileiras
Seguindo a tradição da imprensa europeia, o jornal ilustrado Don Quixote fazia exatamente o mesmo tipo de crítica aos políticos brasileiros.
Publicado em 09/01/2015 às 9:00 | Atualizado em 01/03/2024 às 11:43
A França, tradicionalmente, tem uma imprensa forte, caracterizada pelos pronunciamentos contundentes, críticas e sátiras ao comportamento do cidadão que queira ter poder à força, ou de forma escusa.
Assim era classificado o trabalho dos cartunistas da revista Charlei Hebdo, assassinados em um ataque terrorista na quarta-feira. A revista, entretanto, teve antecessores como Le Charivan ou La Caricature, que criticava o governo de Luís Felipe (1773 – 1850), além da agitação política do século 19.
No Brasil, não foi diferente. Seguindo a tradição da imprensa europeia, o jornal ilustrado Don Quixote fazia exatamente o mesmo tipo de crítica aos políticos brasileiros.
Editada e ilustrada por Angelo Agostini, teve oito anos de circulação. Em breve, a Biblioteca do Senado Federal disponibilizará o jornal brasileiro ao público, incluindo-o em seu acervo digital como obra rara e valiosas.
Atualmente, a biblioteca possui 916 obras nessa categoria, entre elas o Novvs Orbis seu Descriptionis Indiae Occidentallis, o livro mais antigo disponível no acervo digital do Senado, de Johannes de Laet, datado de 1633. Essa obra descreve todos os aspectos da América, em especial o Brasil.
A Revista Moderna, que era impressa em Paris em 1897, mostra a influência que os brasileiros absorveram do jornalismo francês, com bastante ilustrações e tiras de humor, herança que nos conecta a Charlie Hebdo e os franceses, de modo geral.
Quem se interessar pelo acervo da Biblioteca do Senado, basta acessar www.senado.gov.br/senado/biblioteca. (Renato Gallotti, especial para o JP)
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