COTIDIANO
Comandante da PM diz acreditar na versão de policiais presos suspeitos da morte de 5 jovens
Comandante da Polícia Militar disse acreditar na versão de policiais presos em caso que investiga morte de 5 jovens durante ação policial no Conde.
Publicado em 17/08/2025 às 16:30 | Atualizado em 18/08/2025 às 19:10

O comandante-geral da Polícia Militar, Sérgio Fonseca, afirmou nesta segunda-feira (18), acreditar na versão dos policiais que foram presos suspeitos da morte dos cinco jovens que morreram durante uma ação policial na cidade do Conde. A prisão dos policiais aconteceu durante uma operação.
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Foram expedidos seis mandados de prisão temporária, mas apenas cinco foram cumpridos. Os policiais militares investigados são: Tenente Álex William de Lira Oliveira; Sargento Marcos Alberto de Sá Monteiro; Sargento Wellyson Luiz de Paula (RP do 7º BPM); Sargento Kobosque Imperiano Pontes; Cabo Edvaldo Monteval Alves Marques; Soldado Mikhaelson Shankley Ferreira Maciel.
"Nós acreditamos na versão dos policiais. Caso seja comprovado o contrário, eles vão pagar", disse Sérgio Fonseca, em entrevista à TV Cabo Branco.
O comandante-geral da PM disse que a prisão dos cinco policiais envolvidos no caso da chacina do Conde se trata de uma medida temporária, não uma condenação. Ele afirma ainda conhecer os policiais que foram presos e acreditar que tenha acontecido um confronto durante a ação que resultou na morte dos jovens.
"O que aconteceu foi uma prisão temporária. Essa prisão temporária não significa condenação. Os nossos policiais, assim como qualquer cidadão, têm o direito do princípio da presunção de inocência. Como comandante, conhecendo os policiais, eu acredito que tenha tido confronto", disse ele.
De acordo com a perícia realizada nos veículos envolvidos na chacina do Conde, não houve confronto. Os laudos apontaram que os dois carros onde os jovens estavam foram atingidos por 90 disparos feitos de fora para dentro.
Apenas um tiro foi disparado de dentro de um dos veículos, segundo a investigação. Em entrevista, o comandante afirmou não ter dúvidas na Justiça da Paraíba.
"Eu não sei o que aconteceu naquele dia, tenho que acreditar no que os policiais falaram. Agora se a Polícia Civil e o IPC encontrarem indícios de execução, vai ser provado. Não tenho dúvida que a Justiça paraibana vai dar oportunidade deles se defenderem", completou o comandante da PM.
A prisão de policiais envolvidos na morte de cinco jovens no Conde repercutiu entre familiares das vítimas. Mães e parentes foram até a Cidade da Polícia, nesta segunda-feira (18), com cartazes e fotos dos filhos em protesto. Elas afirmaram que não acreditavam que haveria justiça e receberam com surpresa a notícia da prisão temporária dos agentes.
Relembre caso da chacina do Conde
Uma operação da Força Tática do 5º Batalhão da Polícia Militar terminou com a morte de cinco jovens na noite de 15 de fevereiro. O caso aconteceu horas depois de um feminicídio registrado no Conde e, segundo a PM, o grupo estaria se preparando para uma retaliação.
As vítimas foram identificadas como:
- Fábio Pereira da Silva Filho, 26 anos;
- Emerson Almeida de Oliveira, 25 anos;
- Alexandre Bernardo de Brito, 17 anos;
- Cristiano Lucas, 17 anos;
- Gabriel Cassiano de Sousa, 17 anos (filho de Ana Gabriela, vítima do feminicídio).
De acordo com a versão apresentada pela Polícia Militar, os jovens estavam em dois carros e teriam trocado tiros com os policiais. As equipes estavam em duas viaturas e relataram que os ocupantes dos veículos estavam armados.
O laudo da perícia, porém, apontou outro cenário. Um dos carros recebeu 74 disparos e o outro, 18. Todos os tiros partiram de fora para dentro, com exceção de apenas um disparo feito de dentro de um dos veículos. Além disso, a análise não ocorreu no local do crime, mas em outro espaço, o que prejudicou as investigações porque a cena já havia sido modificada.
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