COTIDIANO
Quatro suspeitos são indiciados por esquema que emitia diplomas falsos para professores na PB
Calcula-se um prejuízo de mais de R$ 2 milhões causado pelo esquema. Cerca de 90 professores paraibanos foram vítimas do golpe
Publicado em 08/09/2025 às 20:23 | Atualizado em 08/09/2025 às 20:47

Quatro pessoas foram indiciadas pelo esquema de emissão de diplomas falsos para professores na Paraíba. A informação foi confirmada pela Polícia Civil para a TV Paraíba. Estima-se um prejuízo de R$ 2,4 milhões para as vítimas por conta do golpe.
Em janeiro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Campina Grande, na sede da empresa investigada. Também foi alvo uma residência do proprietário da empresa, que, de acordo com a polícia, é considerado o líder da organização criminosa.
Foram indiciados:
- Eraldo Alves de Sousa - dono da empresa;
- Antônio de Jesus - operador falsificador;
- Olavo e Eri - operadores de captação.
Os envolvidos foram indiciados pelos seguintes crimes:
- Associação criminosa;
- Estelionato;
- Falsidade documental;
- Publicidade enganosa.
O Jornal da Paraíba tenta contato com a defesa dos indiciados pela polícia.
Segundo as investigações, o proprietário usava a empresa para dar a falsa impressão de regularidade na oferta dos cursos, alegando que seriam oferecidos por uma universidade do Paraguai. De fato, a Polícia Civil encontrou ligações do dono com uma universidade estrangeira, mas os diplomas eram emitidos em nome de instituições estrangeiras e também de outros estados do Brasil.
As vítimas pagaram mensalidades, bancas examinadoras, processos de revalidação do diploma supostamente com validade no Paraguai também no Brasil e outras despesas por um curso sem nenhuma validade jurídica, não reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Na época da operação, além de Campina Grande, um mandado de busca e apreensão foi cumprido no Espírito Santo. Conforme o delegado Iasley Almeida, para a TV Paraíba, veiculada nesta segunda-feira (8), o investigado no estado era o operador falsificador, Antônio de Jesus, responsável por montar esses falsos diplomas e enviar para as vítimas.
Na Paraíba, as vítimas, em sua maioria, eram professores da rede pública de ensino de várias cidades da Paraíba, principalmente na região do Curimataú, incluindo Barra de Santa Rosa, Damião, Cuité, Picuí, Sossego, Nova Palmeira, Pedra Lavrada, Frei Martinho, além de outras localidades do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Cerca de 90 pessoas foram vítimas na Paraíba.
Os operadores de captações atuavam de forma mais concentrada abordando os professores naquela região para que pagassem pelos cursos, fazendo as promessas.
“De um lado os operadores captadores que eram pessoas da região, que eram incumbidas de divulgar, convencer e atrair professores das redes municipais para os cursos de mestrado e doutorado. Do outro lado, na no Espírito Santo, o operador falsificador Antônio de Jesus, que era incumbido de produzir as matrizes e encaminhar os diplomas falsos, em nome de várias universidades públicas e privadas”, ressaltou.
Como resultado do esquema, algumas vítimas apresentavam os diplomas falsos, sem ter conhecimento disso, para poderem receber cargos e promoções na carreira. Instituições de ensino aceitavam esses documentos e realizavam pagamento mediante a maior qualificação apresentada.
Depois de tomarem conhecimento do golpe, às instituições cessaram a promoção e, em casos mais graves, chegaram a demitir os professores por documentação falsa.
Além das pessoas, várias universidades brasileiras também foram prejudicadas, uma vez que os diplomas falsificados usavam seus nomes, logos e selos.
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