Aniversário de Campina Grande: qual foi a primeira rua da cidade?

A cidade de Campina Grande, no Agreste da Paraíba, está chegando aos 161 anos neste sábado, 11 de outubro. Conhecida como Rainha da Borborema, Campina Grande se desenvolveu ao longo dos anos e hoje é um polo de tecnologia e cultura para a Paraíba e para o Brasil. Mas, afinal, qual foi a primeira rua da cidade?

Segundo vários historiadores, os chamados tropeiros que primeiro chegaram à região ficaram na localidade onde, hoje, é a Vila Nova da Rainha, no Centro de Campina Grande.

O lugar é conhecido por ficar no entorno do Riacho das Piabas. No livro "Alicerces de Campina Grande", escrito por Epaminondas Câmara, a Vila Nova da Rainha é mencionada como um local ideal para fixação por estar às margens do riacho,

"Alcançando o lado setentrional da grande campina, reserva-ra a margem dum riacho (Piabas) para a localização daquela gente. Estava fundada a aldeia (...) Não obstante terem sido levantadas as primeiras casinhas no sítio das Barrocas (hoje rua Vila Nova da Rainha)".

O historiador Cícero Agra explica que Campina Grande nasceu a partir de um chamado aldeamento de povos de origem indígena, com formação inicial na antiga Rua das Barrocas, hoje Vila Nova da Rainha.

"Fez-se surgir aí o primeiro povoado da cidade, com a formação da antiga Rua das Barrocas, que então vem se tornar Vila Nova da Rainha. Essa rua vai começar de imediato a ter também um pequeno fluxo comercial, e aí a formação de uma incipiente na época feira, depois uma feira de gado no seu entorno, dando origem a essa formação urbana", explica.

Da Vila Nova da Rainha também surge a matriz religiosa, hoje Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a Catedral da cidade.

"Já com um aspecto religioso no seu topo, que seria o que hoje nós temos chamado de Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que está justamente no final, no topo da Rua Vila Nova da Rainha. Então essa região seria, com toda certeza, segundo historiadores, como o professor Epaminondas Câmara, em seu grande livro Datas Campinenses, o primeiro núcleo urbano, a primeira rua que dá origem ao que hoje vai ser chamado de Campina Grande. Então, sem dúvidas, a Vila Nova da Rainha, antiga Rua das Barrocas, teria tido sua origem", afirmou o historiador.

Ainda de acordo com Cícero Agra, o surgimento de Campina Grande a partir da Vila Nova da Rainha também explica a relação da cidade com a feira, pela proximidade com o que hoje chamamos de Feira Central.

"Campina tem uma eterna vocação comercial. Então, nada é mais típico do campinense a comprovar pela sua primeira rua do que a Campina Feira (...) Campina nasce praticamente no mesmo instante que ela (a feira) está nascendo, ela está surgindo também com a sua primeira feira, que é a Feira da Rua das Barrocas, como também com a Feira de Gados", explica.

Controvérsias históricas

Por outro lado, existem versões que classificam a Avenida Floriano Peixoto como a primeira rua de Campina Grande. Vanderley de Brito, do Instituto Histórico de Campina Grande, afirma que a rua foi a primeira a surgir, em 1759, pela capelinha erguida nas proximidades.

"(...) Foi se formando um arruado, que era chamada na época de O Largo da Matriz. Então, essa foi a primeira rua de Campina Grande. Obviamente, depois ela foi sendo estendida, principalmente na gestão do prefeito Vergniaud Wanderley, que abriu a cidade, e ela foi a primeira rua, a primeira avenida criada aqui em Campina Grande", afirma o historiador.

Ainda segundo Vanderley, a Floriano Peixoto chegou a se chamar Rua do Progresso, e somente na década de 1940 passou a ser Rua Marechal Floriano Peixoto. Outras ruas foram surgindo no entorno, como a Rua do Meio, que hoje é a Rua Afonso Campos.

"Então, aquele centro da cidade era basicamente um núcleo de Campina Grande, que inclusive no início do século XIX foi construída ali também o prédio, que hoje é o nosso Museu Histórico, mas na época era o prédio onde funcionava a Câmara, o Júri, a Cadeia (...)", explicou.

O historiador também explica que muitas transformações que ocorreram do ponto de vista do urbanismo em Campina Grande acompanharam a evolução da Floriano Peixoto.

"Muitas transformações vieram ocorrendo aqui em Campina Grande, ao longo dos anos. As ruas foram tomando outros nomes, foram sendo abertas, recebendo meio fio, calçamento. Gradativamente foi havendo uma modificação", finaliza.