SILVIO OSIAS
Jair Bolsonaro em suas palavras
Coluna traz uma breve coletânea de "pérolas" do ex-presidente.
Publicado em 17/11/2025 às 6:59

Sabem aqueles livros: fulano de tal "in his own words"? Também tem em português: fulano de tal "em suas palavras". Veio deles o título da coluna.
Jair Bolsonaro em suas palavras. Ou: uma breve coletânea de "pérolas" do ex-presidente. Não precisa explicar. Basta reproduzir. Para não esquecer.
"O erro da ditadura foi torturar e não matar" - frase dita mais de uma vez, no tempo em que Jair Bolsonaro era um deputado do baixo clero.
"Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, o meu voto é sim" - em 2016, na sessão da Câmara pela admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
"Ele merecia isso: pau de arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura. Tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também" - numa entrevista no final dos anos 1990.
"Através do voto, você não vai mudar nada nesse país, nada, absolutamente nada. Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro, e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil, começando com o FHC, não deixar para fora não, matando!" - numa entrevista no final dos anos 1990.
"A atual Constituição garante a intervenção das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem. Sou a favor, sim, de uma ditadura, de um regime de exceção, desde que o Congresso dê mais um passo rumo ao abismo, que no meu entender está muito próximo" - num pronunciamento na Câmara no final da década de 1990.
"Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vou botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gosta tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá" - na campanha de 2018.
"Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria" - na campanha de 2018.
"Morreram poucos. A PM tinha que ter matado mil" - em 1992, sobre o massacre do Carandiru, em São Paulo.
"Vamos fazer o Brasil para as maiorias. As minorias têm que se curvar às maiorias. As minorias se adequam ou simplesmente desaparecem" - na Paraíba, em 2017.
"Eu jamais ia estuprar você porque você não merece" - frase dita a Maria do Rosário, deputada federal pelo PT do Rio Grande do Sul.
"Não merece porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria" - numa entrevista, explicando a frase dirigida a Maria do Rosário.
"Foram quatro homens. A quinta, eu dei uma fraquejada, e veio uma mulher" - sobre o nascimento de sua filha com Michelle.
"Para mim, é a morte. Digo mais: prefiro que morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim, ele vai ter morrido mesmo" - numa entrevista, sobre a possibilidade de ter um filho gay.
"90% desses meninos adotados vão ser homossexuais e vão ser garotos de programa com toda certeza" - sobre a adoção de crianças por casais homoafetivos.
"Não existe homofobia no Brasil. A maioria dos que morrem, 90% dos homessexuais que morrem, morrem em locais de consumo de drogas, em local de prostituição, ou executado pelo próprio parceiro" - numa entrevista à BBC.
"O cara vem pedir dinheiro para ajudar os aidéticos. Não vou ajudar porra nenhuma. Vou ajudar o garoto que é decente" - numa entrevista à Playboy.
"O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Acho que nem para procriadores servem mais" - numa palestra no Clube Hebraica.
"Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso" - sobre a política de cotas.
"A escória do mundo está chegando ao Brasil como se nós não tivéssemos problemas demais para resolver" - sobre os imigrantes.
"Se eu chegar lá, não vai ter dinheiro para ONG. Esses inúteis vão ter que trabalhar" - sobre direitos humanos.
"Como eu estava solteiro na época, esse dinheiro do auxílio-moradia eu usava para comer gente" - numa entrevista à Folha.

Comentários