SILVIO OSIAS
Quem serão os convidados dos shows de Gilberto Gil no Recife?
Turnê Tempo Rei passa por Pernambuco nos dias 22, 23 e 28 de novembro.
Publicado em 21/11/2025 às 7:01

Gilberto Gil está fazendo sua turnê de despedida. Aos 83 anos, ele não pretende abandonar os palcos nem a música, mas, sim, esse formato de grandes excursões.
A turnê Tempo Rei começou por Salvador, em março, e agora está chegando ao Recife com shows nos dias 22 (sábado), 23 (domingo) e 28 (sexta) de novembro.
A presença de convidados - que não são anunciados antes - tem sido uma marca da turnê Tempo Rei, produzindo momentos de grande emoção no palco e na plateia.
Em abril, em São Paulo, Gil recebeu sua filha Preta e chorou ao cantar Drão com ela. Drão foi feita para Sandra Gadelha, a mãe de Preta, que estava na plateia.
Se pensarmos em encontros geracionais, Gil recebeu Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque e Jorge Benjor - amigos e companheiros desde a década de 1960.
A riqueza e a imensa diversidade da música popular brasileira do nosso tempo estiveram presentes nesses encontros e reencontros de Gilberto Gil com seus convidados.
A pergunta é: quem serão os convidados dos três shows de Gil no Recife? Especulo - é o que posso fazer na coluna desta sexta-feira (21), véspera do primeiro show.
Eu poderia dizer quais seriam as minhas preferências. Mas não vou fazer assim. Vou só trazer a lembrança de artistas pernambucanos que poderiam estar com Gil.
Começo com dois que têm idades próximas a Gilberto Gil, embora tenham se projetado como nomes nacionais um pouco depois: Alceu Valença e Geraldo Azevedo.
Lembro que Gil e Geraldo Azevedo se conheceram em 1967, antes do tropicalismo, na passagem de Gil pelo Recife para temporada no Teatro Popular do Nordeste.
Uma afinidade, em especial, marcou o primeiro encontro de Gilberto Gil com Geraldo Azevedo no Recife de 1967: o domínio que os dois já tinham do violão.
Anastácia também poderia estar no palco de Gil. Ela foi casada com Dominguinhos e, com ele, compôs Só Quero um Xodó e Tenho Sede, ambas gravadas po Gil.
O vínculo profundo de Antônio Nóbrega com o movimento armorial talvez não o aproxime de Gil. Mas o extraordinário talento, sim. E também o seu amor às raízes do frevo.
Targino Gondim, sanfoneiro nascido em Salgueiro, tem tudo a ver com Gil. Ele é autor de Esperando na Janela, grande sucesso de Gil a partir do início dos anos 2000.
Se estivesse entre os convidados, Lenine entraria como genuíno representante de uma geração intermediária entre a de Gil e a dos novíssimos artistas de Pernambuco.
Bem como os artistas que se consolidaram nos anos 1990, a partir de Chico Science e seu manguebeat. Gente como Otto, Fred Zero Quatro e o grupo Nação Zumbi.
E quem são os novíssimos? Tem Ayrton Montarroyos, que é de 1995, Duda Beat, que é de 1987, Johnny Hooker, também de 1987, e o caçula, João Gomes, nascido em 2002.
Pernambuco, Recife, Olinda, Caruaru, Petrolina. Lugares de tantas belezas musicais, do frevo, do baião, do maracatu. Gil tem vínculo profundo com tudo isso. É sempre muito bom vê-lo no Recife. Quem, afinal, serão seus convidados pernambucanos?

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