Multas por velocidade aumentam nas BRs

O número de multas aplicadas por desobediência dos condutores quanto à fiscalização eletrônica nas rodovias federais que passam pela Paraíba aumentou 8,4% no primeiro trimestre deste ano se comparado ao mesmo período de 2013. Segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foram 43.662 notificações emitidas de janeiro a março deste ano contra 40.279 no ano passado.

Conforme o Dnit, são 80 equipamentos de fiscalização eletrônica, entre radares fixos, lombadas e radares mistos, distribuídos na Paraíba. Contudo, 60 deles estão em operação, 17 em processo de instalação e três previstos para implantação, porém ainda sem data para funcionamento. Dos aparelhos em operação, 32 são barreiras (lombadas) e 28 são radares, conhecidos popularmente por pardais.

O caminhoneiro Antonio Osmildo Cardoso trafega pelas rodovias federais do país há 17 anos e conta que sempre dirigiu com cuidado para evitar acidentes e multas. Para não cometer infrações, ao avistar placas de sinalização e alertas sobre fiscalização eletrônica, ele conta que a atenção é redobrada. “Sempre que vejo as placas, já vou diminuindo a velocidade para não arriscar ser multado. É importante essa sinalização para as pessoas ficarem mais atentas, principalmente à noite”, disse.

A falta de cuidado em obedecer à sinalização pode ser um dos fatores que contribuíram para o aumento das multas neste primeiro semestre. Na opinião do inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Gerson Bezerra, responsável pelo posto de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, os condutores alegam pressa e distração no momento em que passam pela fiscalização eletrônica.

“Acho que antes das multas, o usuário poderia receber uma notificação educativa. Mas, como não aconteceu, ocorrem as multas”, completa o policial.

Das quatro rodovias (101, 104, 230 e 412) que cortam o Estado, a BR-230 é a que concentra o maior número dos equipamentos, com 42 sistemas de fiscalização espalhados pelos municípios de Cabedelo, João Pessoa, Santa Rita, São Miguel de Taipu, Caldas Brandão, Gurinhém, Campina Grande, Juazeirinho e Ingá. Nessa rodovia federal, as lombadas eletrônicas são os equipamentos mais comuns (24 barreiras) e os radares somam 18.

São necessários determinados critérios, conforme previsto no Conselho Nacional de Trânsito (Contran), para a implantação dos equipamentos de fiscalização eletrônica. Nos locais definidos para receber um dos sistemas de monitoramento é necessário observar o número de veículos em circulação e velocidade praticada, número de faixas e pistas, geometria da via, existência de travessia de pedestres ou retorno de veículos, quantidade de acidentes e risco dessas ocorrências no local, além de medidas de engenharia já adotadas para a prevenção de acidentes.

O MAIS IMPORTANTE É UM PROCESSO EDUCATIVO QUE CONSCIENTIZE AS PESSOAS

“Não é a placa que vai evitar o acidente. O mais importante é o processo educativo que conscientize as pessoas para não depender da sinalização e ter responsabilidade ao dirigir. Mas, o problema está na falta de educação, porque as pessoas sabem que em determinados trechos tem um limite de velocidade e mesmo assim insistem em prejudicar o tráfego. O número de acidentes começa a cair quando as pessoas estiverem educadas para conduzir um veículo”.