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CULTURA

Os heróis da resistência

Marcando a estreia de Francisco Neto nos vocais, banda Rotten Flies lança 'Saco de Gilete', o nomvo trabalho do grupo pessoense.

Publicado em 26/03/2014 às 5:00 | Atualizado em 11/01/2024 às 18:47

Formada em setembro de 1990 por quatro garotos que viam no hardcore e no punk-rock o canal rápido, direto e reto para expressar seus inconformismos sociais, o Rotten Flies segue ativo, 24 anos depois, inaugurando uma nova fase na carreira, com direito a um novo álbum, Saco de Gilete (Microfonia, R$ 13,00, à venda na Música Urbana), o terceiro da carreira.

Gravado em apenas 15 dias, entre 21 de setembro e 5 de outubro do ano passado, no estúdio Peixe Boi, em João Pessoa, Saco de Gilete marca a estreia de Francisco Neto - o Francisquinho – nos vocais de um dos grupos de rock de João Pessoa mais celebrados dentro e fora da Paraíba.

Aos 35 anos, o fã da Rotten Flies – e hoje, o caçula do quarteto - assumiu o posto deixado por Ramsés Nunes, que largou o microfone em abril de 2013, e se une a dois integrantes originais, Beto ‘Pesão’ (bateria) e Cecílio Carthagenes (baixo), e ao guitarrista Adriano Stevenson, ex-membro da lendária banda potiguar Discarga Violenta, que se uniu ao grupo paraibano em 1995.

“Eu sempre fui fã da Rotten Flies. Em 1993 comecei a ir aos shows e nunca parei”, comenta o novo vocalista. “Ele ia tanto (aos shows) que quando faltava, a gente se perguntava: ué, cadê Francisquinho”, acrescenta Beto.

Francisquinho era o fã que subia ao palco para dar uma canja no show, dividindo os vocais com Ramsés. Com o repertório na ponta da língua, foi convidado fazer um teste para o vocal da banda. “Ele fez o teste e já ficou”, conta Beto.

“Foi um verdadeiro desafio: tive que correr uma maratona para decorar as músicas, enquanto todos os outros já estavam no pódio”, compara o iniciante Francisquinho, que nunca havia integrado, “pra valer”, uma banda.

Entre o final de julho e o início de agosto, a Rotten Flies fechava com o novo vocalista e em setembro Francisquinho já entrava em estúdio, gravando as 15 faixas que compõem o novo CD da banda. “O vocal dele é um pouco mais agressivo”, compara Beto, sinalizando para renovada que o novo vocalista deu à banda.

Com fúria hardcore, o vocalista corpulento, com jeito de viking, que ganha a vida numa clínica de radiologia, dispara o contundente discurso do grupo contra a falta de segurança (‘Eliminar’, ‘Paraíba sem lei’), violência (‘Ladeira do Varjão’) e programas sensacionalistas ('Jacarapé').

Metade do repertório do terceiro CD da banda foi acertado depois que Francisquinho entrou na banda – e ele já foi entrando com, pelo menos, uma música, justamente a ‘Saco de gilete’ que dá nome ao disco (embora o Rotten Flies assine coletivamente todas as canções). “Eu já escrevia músicas há algum tempo, e cheguei a dar algumas composições para outras bandas”, revela o vocalista.

Do repertório antigo, o grupo refez algumas letras, caso de ‘Acorrentados’, que virou ‘Dizimador’, e a sonoridade do disco transborda o hardcore e o punk-rock para desaguar no psychobilly de bandas gringas como Stressor e Voodoo Zombie (vide a citada ‘Jacarapé’ e ‘A bíblia e a bazuca’).

BANDA DE AMIGOS

“Posso dizer que foi o álbum mais difícil de ser feito, desde as árduas e prazerosas sessões de ensaio, até culminar na mudança de formação”, desabafou Adriano na página da Rotten Flies no Facebook. “Com a chegada de Francisquinho, veio a surpresa de estarmos com um cara com ideias que refletiam o nosso momento. Saco de Gilete veio da cabeça deste viking paraibano e que, segundo o próprio, é a existência de cortes na alma, feitos no decorrer da vida por falsos amigos e situações desfavoráveis”.

A mensagem do guitarrista – não assinada – agradece a companhia de Beto e Cecílio pelos 17 anos de convivência, ao mesmo tempo que dá as boas vindas a Francisquinho. “O que mantém a banda unida nesses 24 anos? O som, o público, as letras e a amizade. Sem a amizade, não há banda”, responde Beto.

Patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura (FMC), Saco de Gilete deu a tranquilidade que o grupo precisava para gravar sua música veloz e furiosa. “Foi ótimo gravar um disco sem ter que olhar para o relógio”, atesta Beto, “E do jeito que a gente quis fazer”, acrescenta o baterista, falando que não houve nenhum tipo de pressão para que a banda mexesse nos temas ou nas letras.

Saco de Gilete também marca o reencontro do grupo com Marcelo Macedo. “Foi ele quem gravou Amargo em 1992 (álbum que só seria lançado em 2012, depois de Rota de Colisão, de 2011). Na época, o estúdio dele (Peixe Boi) era só um quartinho”, recorda Beto.

Para direcionar a sonoridade que a Rotten Flies queria para o novo trabalho, o quarteto colocou na mão de Macedo um disco do grupo inglês GBH, Perfume and Piss (2010).

Provavelmente em maio, a banda sobe ao palco para lançar Saco de Gilete em João Pessoa. A data e local ainda não foram definidos. Será a primeira vez que o Rotten Flies irá apresentar a nova formação em casa, mas Francisquinho já estreou com o Rotten Flies. Foi em Recife (PE), em janeiro deste ano. Nesse mesmo mês, a Rotten Flies se apresentou em Bayeux (PB) e Natal (RN).

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Jornal da Paraíba

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