VAMOS TRABALHAR
Mesmo com emprego 'garantido', concursado deve continuar se atualizando
Na hora de escolher quais cursos devem ser priorizados, o profissional deve ter em mente o planejamento de sua carreira.
Publicado em 29/03/2015 às 8:00
Embora muitos escolham o concurso público pela possibilidade de ter um emprego "garantido", atualizar-se e preparar-se para novas oportunidades é um diferencial com relação aos concorrentes. Além do profissional ter que estar atento ao próprio ambiente de trabalho, para a possibilidade de surgirem outras oportunidades cujas atribuições exijam diferentes conhecimentos e competências, é preciso ter em mente, também, que mesmo em um emprego estável, a busca por novas atividades profissionais é uma escolha que o profissional pode fazer a qualquer momento e estar preparado pode fazer toda a diferença.
"Nos dias atuais, a atualização profissional tem cada vez mais valor. O desenvolvimento é o principal patrimônio do profissional, não só pela empregabilidade mas também por impactar diretamente nas chances de crescimento e aproveitamento das oportunidades de carreira dentro da empresa", aponta a especialista em recursos humanos, Rúbria Coutinho.
Na hora de escolher quais cursos devem ser priorizados, o profissional deve ter em mente o planejamento de sua carreira. Onde ele está e onde ele quer chegar? Quais são suas ambições? "Isso define, por exemplo, se o desenvolvimento deve seguir prioritariamente o eixo técnico ou o eixo gerencial. Os investimentos certamente serão diferentes. Pode-se enfatizar, por exemplo, conhecimentos técnicos específicos da área de atuação ou investir em disciplinas de gestão", aponta a especialista em recursos humanos, Rúbria Coutinho.
Além disso, o momento da carreira do profissional também direciona o processo de qualificação. Conforme o estágio de desenvolvimento, identifica-se um conjunto de necessidades variadas. A escolha por cursos de formação, especialização ou atualização, depende da experiência do profissional e do nível de complexidade no qual ele está atuando naquele momento. "Essa é uma análise que cada profissional deve fazer, refletindo sobre sua capacidade de competir no mercado e na sua área de atuação. Porém ele pode solicitar ajuda daqueles com quem trabalha, especialmente do seu gestor, que poderá orientá-lo quanto às suas necessidades de desenvolvimento", explica a especialista.
É importante que o currículo tenha uma qualificação adequada ao propósito de carreira do profissional, para tanto é preciso ter clareza dos seus objetivos. O currículo deverá refletir os planos estabelecidos, ter orientação e foco em uma linha principal. Isso não invalida investimentos em diferentes conhecimentos, desde que possam incrementar o desenvolvimento e contribuir para um futuro crescimento dentro da organização.
Cursos à distância: vale a pena?
Na hora de escolher um curso, o profissional deve ter cuidado: os cursos presenciais devem ser priorizados. "O mercado de trabalho ainda prefere cursos presenciais, principalmente os de graduação e pós-graduação, quando a troca de experiências e a qualidade das discussões em sala são fundamentais. No entanto, cursos complementares e de curta duração feitos à distância são válidos e podem agregar muito ao desenvolvimento profissional", aponta a especialista em recursos humanos Rúbria Coutinho.
Antes de se matricular em um curso à distância, no entanto, é essencial verificar se a escola é de qualidade e se é credenciada e reconhecida nessa modalidade de estudo. É preciso também avaliar os métodos de ensino, as tecnologias utilizadas, a qualidade do material didática, a tutoria, dentre outros aspectos. "Vale lembrar que o ensino a distância possui uma flexibilidade maior do que os cursos presenciais, mas exigem também maior disciplina quanto aos horários de estudo, dedicação e o comprometimento com a realização e a entrega dos trabalhos", destaca.
UEPB e IFPB oferecem especialização
IFPB oferece especialização em Gestão Pública e já está com a quarta turma em andamento (Foto: Felipe Gesteira)
Cursos de especialização ou de Mestrado em Gestão Pública são alguns dos mais procurados por quem tem um emprego público e pretende se especializar. A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por exemplo, é uma das que oferecem os cursos de especialização em gestão em saúde e administração em gestão municipal e estadual.
De acordo com a professora Eliane Moura, responsável pela especialização, os cursos tentam responder às necessidades teóricas e práticas da profissão. "Todo e qualquer profissional hoje no mercado de trabalho de trbalho precisa de formação inicial e continuada. Caso contrário, tornam-se profissionais sem atualização para responder às exigências de um mercado de trabalho em intensa profusão", afirma.
Já o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB) também oferece a especialização em Gestão Pública, e já está com a quarta turma em andamento. Inicialmente oferecida apenas para os servidores do IFPB, hoje ele tem alunos de servidores que trabalham em órgãos como a Polícia Militar, o Estado e o município, além da CGU. Durante o curso, que tem duração de um ano (420 horas) com aulas durante a quarta e a quinta-feira, são vistos conteúdos relativos à administração pública, direito constitucional e direito administrativo.
Possibilidade de receber uma promoção é um dos grandes benefícios da qualificação, afirma o coordenador da especialização do IFPB, Franklin Garcia (Foto: Kleide Teixeira)
De acordo com Franklin Garcia, coordenador da especialização, além da possibilidade de ascensão funcional (o servidor tem um aumento de 30% em seu salário após finalizada a especialização), um dos grandes benefícios da especialização é a possibilidade de se qualificar para receber uma promoção. "O servidor pode ser convidado para ser um gestor da sua área após concluída a especialização, e, aí, com o entendimento de gestão pública, ele terá condições de atuar", afirma.
Incentivo à qualificação para servidores federais
Qualificar-se é uma forma, inclusive, de garantir um aumento salarial, no caso dos servidores públicos. De acordo com a Lei nº 12.772, o incentivo à qualificação será concedido aos servidores que possuírem certificado, diploma ou titulação que exceda a exigência de escolaridade mínima para igresso no cargo do qual é titular.
Se o candidato tiver um concurso para nível médio, por exemplo, e for graduado, ele recebe um aumento de 25%; no caso de especialização, com carga horária igual ou superior a 360h, o aumento é de 30%; já no caso do Mestrado, há um incremendo de 52% em sua remuneração; por último, no caso do Doutorado, o aumento é de 75%.
A nova legislação passou a falar em 1º de janeiro de 2013 e ela se diferencia da anterior pelo seguinte: Pela legislação anterior, um servidor de nível médio (nível de classificação D) recebia o percentual máximo de 52% (equivalente à conclusão de mestrado), com a nova lei, o percentual máximo passa a ser de 75%, com a conclusão de doutorado.
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