VIDA URBANA
MS suspende verba do HUAC
Secretaria de Saúde de CG solicitou suspensão no repasse de R$ 900 mil, por conta da não prestação dos serviços de forma adequada.
Publicado em 31/07/2012 às 6:00
O funcionamento do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande, está ameaçado com a paralisação dos servidores e agora com a suspensão dos repasses de cerca de R$ 900 mil do Ministério da Saúde (MS) e administrados pela Secretaria Municipal de Saúde. A suspensão teria sido solicitada por conta da não prestação dos serviços de forma adequada. O HUAC deverá solicitar a intervenção do Ministério Público Federal (MPF). Esse valor é liberado mensalmente, mas o HU também recebe recursos do Ministério da Educação.
Há mais de 70 dias, com o início da greve dos servidores do Ministério da Educação (MEC), os serviços ficaram deficientes no Hospital Universitário. Depois da adesão dos servidores do Ministério da Saúde à paralisação, há pouco mais de uma semana, os atendimentos praticamente pararam. Mas com a solicitação de suspensão da verba repassada pelo Ministério da Saúde, um pedido da Secretaria Municipal de Saúde, o medo agora é de que a unidade de saúde pare de funcionar de vez, segundo informou o reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Thompson Mariz.
Ele explicou que não há justificativa para a suspensão da verba.
“Quando os servidores voltarem ao trabalho não haverá verba para a continuação do atendimento. O hospital e a população vão ficar prejudicados”, contou. Mas a secretária de Saúde Municipal, Marisa Agra, descreveu algumas deficiências da unidade que, segundo informou, já eram encontradas desde antes da greve. “O repasse não pode continuar sem que os serviços sejam prestados. Há alguns anos nós já havíamos identificado vários problemas no HUAC, que estavam sem resposta”, explicou.
A secretária citou alguns problemas como o número de pacientes que aguardam por uma cirurgia, desde 2008. Segundo ela, 872 pessoas estão esperando por esse atendimento. Ela também contou que os 30% dos serviços que devem ser realizados durante a greve, também não estão sendo cumpridos. Outro problema citado foi a deficiência de profissionais, a exemplo do setor de Oncologia Infantil, onde de acordo com a secretária, só existe uma médica especialista na área. “Esses problemas já são de muito tempo e alguém tinha que colocar um ponto final nisso”, afirmou. Segundo a diretora do HUAC, Berenice Ferreira, os problemas citados pela secretária já foram sanados ou estão em processo de solução. “Com relação à greve dos profissionais, não depende de nós. Estamos passando pela mesma situação em todo o país. Cada item que foi levantado pela secretaria está funcionando ou encontrando uma solução. Mas isso não justifica uma atitude como essa”, contou a diretora.
A solicitação de suspensão da verba, pela Secretaria de Saúde, aconteceu mês passado e um ofício com o corte foi enviado à direção do HUAC, na última sexta-feira. A verba repassada pelo MS é de mais de R$ 900 mil. A direção do HUAC deverá acionar o Ministério Público Federal e entrar em contato com o Ministério da Saúde.
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