Atacado fatura R$ 2,4 bi na PB

O setor atacadista paraibano manteve a terceira posição de maior do Nordeste em faturamento. Em 2013, o setor atingiu a marca de R$ 2,4 bilhões, representando crescimento real de 3,5%, enquanto o nominal (sem descontar a inflação) chegou a 9,6%, crescendo acima da economia brasileira (2,3%). Com os resultados, o Estado ficou atrás apenas de Pernambuco (R$ 2,95 bilhão) e da Bahia (R$ 2,88 bilhão) no Nordeste.

No país, o Estado é o sétimo em participação, com 4,1% em relação ao faturamento total do setor no período. Os números são do ranking anual da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad).

Para o secretário-executivo da Associação Paraibana de Atacadistas e Distribuidores (Aspad), Severino Ramos, o atacado tem uma relação estreita com os pequenos vendedores, que ele chama de “atacadinhos”. “Se eles crescem, os grandes atacadistas crescem junto. Temos oferecido inclusive cursos em parceria com o Sebrae sobre Gestão Financeira, de Estoques e layoutização, para aumentar as vendas nos pequenos mercados”, afirma.

No Nordeste, o varejo independente tem se manifestado com mais força nas cidades do interior, confirmando uma tendência de desbravamento de um mercado consumidor que há até alguns anos era desconsiderado em detrimento das capitais. Para Severino Ramos, a expansão da oferta de produtos e serviços rumo ao interior é um movimento que ocorre em todo o Brasil. “No interior há mais qualidade de vida, há um deslocamento do consumo para fora das grandes cidades, então o atacado também cresce”, conta.

BRASIL

O crescimento nominal do setor atacadista em nível nacional ficou em 10,6% – o cálculo do crescimento nominal leva em conta o aumento dos preços; em termos reais, o atacado no país cresceu 4,4%, 2,1 pontos percentuais acima da inflação. No Brasil, o faturamento em 2013 foi de R$ 197,3 bilhões, ante R$ 189 bilhões em 2012. As empresas da região Sudeste abocanham a maior fatia, sendo responsáveis por 48,2% do faturamento nacional.

PREVISÃO PARA 2014

Ramos acredita que o faturamento em 2014 irá superar o do ano anterior. “Sempre temos essa expectativa, trabalhamos e desenvolvemos estratégias para isso. Como também haverá a Copa do Mundo no Brasil, os mercados terão de garantir o estoque para suportar o consumo, então de alguma forma isso irá ter um impacto positivo no atacado também”, diz. Para ele, a expectativa baixa de crescimento do PIB (2,3%) normalmente não atinge com tanta força o segmento atacadista. “Geralmente são comercializados produtos de necessidade diária. Ninguém vai parar de comer por causa do PIB. De qualquer forma, temos crescido sem muitos prejuízos”.

ATACADO É 52% NO PAÍS

Com o resultado, o atacado responde por 52% do mercado mercearil brasileiro – que inclui produtos usados cotidianamente em casa, como alimentos, itens de beleza e higiene, limpeza e cuidados pessoais. Para o presidente da Abad, José do Egito Frota Lopes Filho, os consumidores estão buscando mais bens não duráveis, porém, preocupados com o endividamento e com a inflação. “Este consumidor substitui produtos e é mais exigente e criterioso, mas não abriu mão do seu poder de compra”, afirma.

Os resultados apontam que o crescimento do varejo independente – composto por pequenas lojas e mercadinhos de bairros – que vem puxando o desenvolvimento do segmento atacadista, já que constituem entre 45% e 50% da sua clientela. O setor cresceu 12,2%, obtendo um faturamento de 120,3 bilhões. No total, os produtos são escoados por mais de 1 milhão de estabelecimentos do país.

SEIS DA PB ENTRE OS 100 MAIORES

No ranking nacional, seis empresas paraibanas se destacaram: Atacadão do Rio do Peixe, Nordece, Nordil, Almeida Distribuidor, Armazém Galdino e Polybalas Distribuidora. Elas ficaram entre as 100 maiores do setor atacadista brasileiro e representam 75% do faturamento da Paraíba (R$ 1,8 bi dos 2,4 bi).

O Atacadão do Rio do Peixe ganhou cinco posições em 2013, ficando na 10ª colocação do país e maior do Nordeste. O Rio do Peixe faturou 13,4% sobre o ano anterior e somou R$ 809,1 milhões, mas a taxa de crescimento foi menor que no ano passado (19,3%).

A Nordece, segunda da Paraíba, subiu sete posições ( 21ª posição), faturando R$ 540,9 milhões em 2013, alta de 7,8%. Em terceiro, vem a Nordil (71ª no país), que registrou variação positiva de 17,3% no ano passado, atingindo R$ 149,4 milhões.
Já a atacadista que obteve a maior taxa de crescimento em 2013 na Paraíba foi a Mixx, uma distribuidora de peças para motos, com alta de 207% e faturamento de R$ 4,7 milhões.