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CULTURA

Na sarjeta da felicidade

Filmado em Barra de São Miguel, no Cariri, longa metragem 'O Tempo Feliz que Passou' é o segundo do diretor André da Costa Pinto.

Publicado em 29/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 15:07

“Uma família que está tanto em decadência econômica quanto afetiva de relações pessoais que, a partir da morte da mãe – a grande deflagradora de toda a situação crítica que se encontram –, reúnem os pedaços de cada um para poder remontar a colcha de retalhos para entender a vida”, resume o diretor André da Costa Pinto sobre seu segundo longa-metragem, O Tempo Feliz que Passou, cujas filmagens terminaram esta semana em Barra de São Miguel, no Cariri paraibano.

Quem vive Graça, a protagonista do filme, é a atriz Guta Stresser (de Nina e a Bebel de A Grande Família), na sua segunda parceria com o realizador paraibano. Ela também integra o elenco de Tudo que Deus Criou, longa de estreia do cineasta lançado em 2012.

Depois de viver no Rio de Janeiro, afastada da família por 20 anos, a personagem principal retorna ao interior da Paraíba quando toma ciência da morte da mãe. Nesses anos de ausência norteados por desavenças, ela busca sua reestruturação em reencontros inesperados e nas lembranças trazidas pelo tempo.

No “fundo do poço” por perder todas as suas economias em uma mesa de jogo e trazendo a maldição da mãe, rogada quando ela abandonou sua terra natal, a filha pródiga vai refazer os laços com os três irmãos, vividos por Cláudia Lira (paraibana que já fez novelas da Rede Globo como Renascer e Caminho das Índias), Magna Fontes e Paulo Vespúcio – além do pai, personagem de Chico Oliveira que assume sua homossexualidade reprimida e se sustenta cuidando e fazendo performances em um bar.

Envolvendo a premissa da volta, o cenário onde foi rodado o filme é também um retorno às origens duplamente: Barra de São Miguel é o município onde André da Costa Pinto nasceu e que serviu de pano de fundo para seus dois primeiros curtas, os premiados A Encomenda do Bicho Medonho (2006) e Amanda e Monick (2008). “Inclusive pegamos casas por aqui que estavam fechadas há mais de 12 anos”, conta o diretor.

Também assinando o roteiro de O Tempo Feliz que Passou, o jovem cineasta começou a escrever o enredo em 2010. “Fui juntando histórias, mas tudo fictício para poder construir os personagens”, explica. “É uma história atual, mas com toda a referência na década de 1970, nas divas da discoteca brasileira, a exemplo do personagem de Chico Oliveira”.

COM ORÇAMENTO DE CURTA

Mesmo com o profissionalismo e a constante produção audiovisual – com a predominância de realização de curtas-metragens – a Paraíba está longe de ter uma estrutura cinematográfica adequada, mesmo sendo constantemente pautada na militância de seus agentes culturais ou procurada recentemente como cenário de longas como Deserto, de Guilherme Weber, e Por Trás do Céu, de Caio Sóh.

“Eu estou fazendo um longa com a verba de um curta”, desabafa o diretor André da Costa Pinto sobre seu novo filme, O Tempo Feliz que Passou. “A gente está ‘tirando leite de pedra’, essa é a expressão mais simples. Não é a conta ideal para fazer cinema: você não consegue remunerar bem a sua equipe e nem agilizar as gravações com equipamentos mais modernos”.

A maioria da equipe de profissionais do novo projeto é a mesma sintonizada com o seu primeiro longa, Tudo que Deus Criou (2012), a exemplo do diretor de fotografia João Carlos Beltrão, o diretor de arte Carlos Mosca, a figurinista Renata Gadelha e o técnico de som Guga S. Rocha. “E mais 30 estagiários que tiveram a oportunidade pela primeira vez estar em um set de filmagem”.

Realizado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Departamento de Comunicação Social em parceria com a ONG Moinho de Cinema da Paraíba, o orçamento de O Tempo Feliz que Passou é o mesmo de Tudo que Deus Criou: R$ 150 mil, um montante mínimo até para os padrões de um curta-metragem de baixo orçamento patrocinado pelo Ministério da Cultura (MinC), de acordo com André da Costa Pinto.

“Nós somos muito profissionais, fazemos cinema como gente grande, mas tem que se aprender agora a remunerar o profissional. Todo mundo tem conta para pagar”, conclui o diretor paraibano.

GRANDE ELENCO

Além de Guta Stresser, Chico Oliveira e Cláudia Lira, o elenco de O Tempo Feliz que Passou tem nomes como as atrizes Arly Arnaud (vencedora do Candango de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Brasília por Eu Me Lembro, de Edgard Navarro), Luci Pereira (presente no elenco do filme Narradores de Javé, de Eliane Caffé, e em papéis em telenovelas como Salve Jorge) e Nanda Ziegler (esposa do diretor Alexandre Avancini).

Uma boa parte do cast do longa – Oscar Borges, Kleyton Canuto, Per Christian e Magna Fontes – foram alunos do realizador em um curso de formação de atores realizado em Campina Grande.

O filme agora entra no processo de montagem e finalização. André da Costa Pinto prevê um lançamento ainda este ano, agendado no cronograma para o mês de setembro. A ideia é que O Tempo Feliz que Passou rode pelos festivais do Brasil e do mundo.

Imagem

Jornal da Paraíba

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