CULTURA
Após 25 anos, o projeto 'Três Tenores' volta a ser lançado em CD e DVD
O registro, lançado em LP, CD, fita cassete e VHS na época, entrou para o livro dos recordes: 12 milhões de cópias comercializadas.
Publicado em 29/09/2015 às 6:00
Foi um feito inédito - e extraordinário. José Carreras, Placido Domingo e Luciano Pavarotti (1935-2007), os três tenores mais populares do século 20, uniram suas vozes e, sob a condução do prestigiado maestro Zubin Mehta, deram vida a um repertório de árias e canções que emocionaram o mundo em 1990.
O registro, lançado em LP, CD, fita cassete e VHS na época, entrou para o livro dos recordes: 12 milhões de cópias comercializadas ao redor do planeta, ou seja, o produto de música erudita mais vendido no mundo em todos os tempos.
Vinte e cinco anos depois daquela memorável apresentação, o projeto Os Três Tenores volta a ser lembrado com o relançamento do registro em edição comemorativa. No Brasil, Carreras Domingo Pavarotti in Concert (Universal Music, R$ 55,00) sai em DVD, com CD bônus contendo a apresentação daquele histórico 7 de julho no palco da histórica Termas de Caracala, em Roma, na Itália.
O CD volta com som remasterizado e o DVD, além do concerto, traz o documentário ‘O Sonho Impossível’, de 1991 (que chegou a ser lançado por aqui em VHS), com quase uma hora de entrevistas e bastidores. Nele, o projeto é esmiuçado, da sua idealização até a execução, passando por pormenores como a difícil logística de combinar duas orquestras para executar o programa e a dificuldade de convencer a administração do Caracala para abrir suas portas ao projeto.
Na prática, é o mesmo produto lançado em 2010 sob o título The Original Three Tenors, por ocasião dos 20 anos da apresentação. Fora de catálogo, alcança até R$ 180,00 no mercado livre.
EMOÇÃO A OLHOS VISTOS
É impossível não se emocionar com a interpretação de Pavarotti para ‘Nessun dorma’, ponto alto do concerto. As atuais TVs de LED de grande proporção realçam os olhos lacrimejados do tenor italiano ao cantar a clássica ária de Puccini, que exige notas altíssimas e são alcançadas tanto com emoção quanto perfeição pelo cantor.
O programa, detalhado pelo volumoso encarte do DVD, combina peças eruditas e populares. Estas formam o medley final, com músicas escolhidas pelos tenores e arranjadas pelo tarimbado compositor argentino Lalo Schifrin, famoso por temas como o de Missão Impossível e dos filmes de Dirty Harry.
Executado com maestria e elegância pelas orquestras Maggio Musicale Fiorentino e a do Teatro da Ópera de Roma sob a batuta firme de Mehta, o concerto original de Os Três Tenores (o título só iria batizar os projetos seguintes) segue impecável e vibrante, um quarto de século depois.
SAIBA MAIS
Os Três Tenores In Concert surgiu como um concerto beneficente para arrecadar fundos para a Fundação Internacional de Leucemia que José Carreras, hoje com 68 anos, criara depois que se tratou da doença. Aquele primeiro concerto coincidira com a Copa do Mundo de 1990, sediada na Itália (os tenores assistiram a Itália x Inglaterra nos camarins do concerto e subiram ao palco felizes com a vitória de 2 a 1). Dali, o projeto renderia mais três concertos, também embalados pelos torneios subsequentes: em 1994, no Estádio dos Dodgers, em Los Angeles; em 1998, sob a Torre Eiffel, em Paris, e em 2002 em Yokohama, no Japão, o único não lançado comercialmente. O último título da franquia saiu em 2000: um especial de Natal de pouca repercussão. Os Três Tenores inspiraram uma série de “covers” em todo o mundo. O Brasil surfou na onda ao lançar 'Os 3 Malandros in Concert', que unia o gingado de Moreira da Silva (1902-2000), Bezerra da Silva (1927-2005) e Dicró, em CD lançado pela Sony em 1995.
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