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VIDA URBANA

Homens deixam de lado preconceitos ao serem pais de meninas

Brincar de bonecas, passar batom, fazer passeios pela cidade, além de cuidar e proteger. Paraibanos contam as dores e as delicias da rotina ao lado das filhas.

Publicado em 09/08/2015 às 7:00

“Eu deixo de ter preconceitos para entrar no universo dela”. É assim que o técnico óptico Fábio Germano, de 30 anos, descreve a rotina de ser pai de uma menina. Segundo ele, que afirma não medir esforços para agradar a filha Ana Clara, de 5 anos, a paternidade trouxe muitos aprendizados – aprendizados estes que não ficaram restritos apenas às responsabilidades que a nova fase trouxe.

“A mãe dela tem um equipamento que é uma escova elétrica e eu costumo ajudá-la. Quando Ana Clara vê isso, também pede para que eu faça nela e em casa, sozinhos, essa é a nossa brincadeira”, menciona Fábio, que ainda vai além: “pai de menina é assim mesmo, tem que brincar de boneca, passar batom, fazer de tudo”.

Por trabalhar de forma autônoma e, consequentemente, por contar com maior flexibilidade de horários, o técnico óptico comenta que tem a oportunidade de passar muito mais tempo com a filha do que o normal. “De segunda a quarta-feira, eu estou com ela o dia todo, principalmente nas férias. Faço almoço, dou banho, troco roupa, dou medicação quando está doente. Somos muito ligados. Hoje mesmo estávamos no cinema, dando um passeio”, observa.

Curiosamente, ao contrário do que a maioria dos futuros pais costuma querer, Fábio relata que sempre desejou ter uma menina. O motivo? O fato de ter nascido em uma família patriarcal. “Na minha casa, são três irmãos. Contando com meu pai, é muito homem”, ressalta. E de acordo com ele, os planos para a paternidade começaram logo cedo, aos 18 anos. Na época, o objetivo de Fábio era casar e ser pai antes dos 25 anos, o que acabou acontecendo.

“Na realidade, a gente suspeitava que a minha esposa tivesse um cisto, porque ela estava com a menstruação atrasada e havia feito o exame de gravidez duas vezes, com resultados negativos”, lembra. “Mas foi no dia da ultrassonografia que tivemos a surpresa. Eu já ia embora da sala, quando a médica disse: ‘cisto? Que cisto? Ela está é grávida de três meses’. Nossa, a alegria foi muito grande”, complementa, fazendo questão de frisar que já tinha certeza de que seria uma menina.

Berço, enxoval, brinquedos e toda a preparação. Conforme Fábio, a chegada de Ana Clara foi um divisor de águas em sua vida. “Quando o bebê está na barriga, ainda não sabemos o que é esse amor, porque para a mãe é diferente, ela tem esse laço forte desde o início. Eu só vim ter essa noção quando minha filha nasceu, quando tive contato e construí uma relação. E é aquele amor gigante”, analisa. “Hoje eu daria a vida pela minha filha, não pensaria duas vezes”.

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Jornal da Paraíba

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