Festival homenagem

Inaugurada há 16 anos no Centro de João Pessoa, ali próximo à Praça Rio Branco, onde acontece o Sabadinho Bom, a Música Urbana é uma das pouquíssimas lojas de discos do país ainda de pé. Mérito do incansável Robério Rodrigues, que outro dia desabafava no Facebook: “Uma pessoa me perguntou se eu era funcionário publico e tinha a loja só porque gostava de música.

Falei que não tinha outro emprego e vivia só da loja mesmo. Aí ele me disse: 'Você é um herói'. E eu respondi: 'Herói é quem ainda vem aqui e consome algo'”.

Mais que um ponto comercial, a Música Urbana se tornou um ponto de encontro de colecionadores de discos, músicos e apaixonados por música. “Fiz muitas amizades lá, inclusive com o próprio Robério, e acredito que a loja deixou de ser um ambiente puramente comercial. Pessoas a frequentam também com intuito sociocultural, bandas já se formaram de prosas por ali...”, enumera André Nóbrega, do Zé Viola Progressive Band.

Além de aproximar músicos e formar bandas, a Música Urbana também é vitrine para os artistas paraibanos, que deixam lá, para vender, seus CDs, DVDs e livros. “Robério ajudou muita gente de várias formas naquela loja”, sintetiza o músico.

André Nóbrega tomou a iniciativa de promover um festival em reconhecimento à importância da Música Urbana para o fomento da música paraibana. Assim, com apoio de outros habitués da loja, conseguiu reunir o elenco que toca logo mais, a partir das 20h, no Pogo Pub, no Centro Histórico da capital, com entrada gratuita.

Do 1º Festival Música Urbana participam, além do Zé Viola Progressive Band, as bandas de rock Rotten Flies, Pão Mofado e Nardonis, mas também haverá um sarau de poesia com Jairo Lima e a intervenção artística de Aristhon Cajú.

“A ideia é que todo ano tenha esse festival e que haja uma circulação de artistas locais e convidados de outras cidades, até mesmo outros estados”, comenta André.

Da parte de Robério, só resta, em sua simpática simplicidade, agradecer: “Eu fico lisonjeado que a galera se reúna para fazer um festival e botar o nome da loja. É uma força danada”.