VIDA URBANA
Mais de 78 mil paraibanos são acometidos por asma
Maioria dos pacientes é de mulheres. Doença não é contagiosa e pode ser controlada com tratamento adequado
Publicado em 28/02/2015 às 6:00 | Atualizado em 21/02/2024 às 12:34
Em todo o Estado, a asma ou bronquite asmática atinge 78.326 pessoas na faixa etária de 18 anos ou mais de idade, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Paraíba há 2,7 milhões de pessoas inseridas nesta faixa etária. A maior incidência da doença é entre mulheres, acometendo 53.892 pessoas (68,8% ), contra 24.434 homens (31,2%).
Os dados foram apresentados na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Ministério da Saúde e IBGE feita em 2014 e divulgada este ano. A PNS é o primeiro estudo que monitora a ocorrência da asma em adultos no país. Na avaliação da diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, a ocorrência mais acentuada entre as mulheres pode ser explicada pelo fato de que elas procuram mais os serviços de saúde e, por isso, apresentam maior oportunidade de diagnóstico.
O médico pneumologia e cirurgião torácico Geraldo Medeiros atribui ainda as condições de trabalho de certas empresas como fatores que podem desencadear crises nos portadores da doença. “Há trabalhos que oferecem condições insalubres e exposição constante a agentes alérgicos para as pessoas que têm asma, e mesmo com proteção para o sistema respiratório, elas podem ter crises da doença”, observa.
Geraldo Medeiros explica que a asma é uma doença que pode se manifestar em qualquer época da vida, e não é transmissiva. “Este mal apresenta-se geralmente entre indivíduos da mesma família. Ae o pai ou a mãe tiver asma, provavelmente os filhos também poderão apresentar este problema. Ela se mostra em 60% dos casos na infância, mas não quer dizer que atinja apenas crianças, ela pode permanecer silenciosa e aparecer na idade adulta, caso o indivíduo se exponha aos agentes alérgicos”, afirma o médico.
Comprovando que a doença pode se apresentar em indivíduos da mesma família, a auxiliar administrativa Emanuela Sales, 29 anos, sofre de asma desde criança e assim como ela, seus dois filhos, Jamile e Pedro, de respectivamente 11 e 9 anos, já apresentaram complicações respiratórias. “Quando eu era criança e precisava de realizar uma sessão de nebulização, precisava procurar um hospital para voltar a respirar normalmente. Hoje isso não é necessário, eu ando com uma bombinha que me auxilia quando tenho qualquer princípio de cansaço e em casa tenho mais duas, além de um nebulizador que serve para todos nós que temos este problema”, relata.
O médico Geraldo Medeiros reforça que Emanuela age da maneira correta, e que assim como ela, as pessoas que apresentarem esta patologia devem procurar o tratamento adequado, com pneumologistas, já que pode ser uma doença fatal. “Não existe tratamento caseiro que dê solução definitiva. A asma pode inclusive matar se não for tratada da maneira correta, cerca de 2,5 mil pessoas morrem no ano no Brasil em decorrência de asma, então as pessoas precisam procurar médicos e formas de apaziguar a asma para que não venham a sofrer de maneira tão acentuada”, informa.
REMÉDIO É DISTRIBUÍDO
Quem sofre de asma tem acesso gratuito aos remédios para controle e tratamento da doença, por meio do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), são atendidos 5.242 usuários mensalmente na Paraíba.
Para receber os medicamentos, o paciente deve procurar o Cedmex e apresentar o Laudo de Solicitação de Medicamentos dado por um médico, o termo de consentimento, prescrição médica, exame de espirometria, além de RG, CPF, comprovante de residência e cartão do SUS. O serviço está disponível em todas as Gerências Regionais de Saúde e são distribuídos seis tipos de antiasmáticos.
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