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EDUCAÇÃO

Projeto 'Zé Peão' alfabetiza operários em canteiros de obras

Ao longo dos últimos 20 anos o Projeto Escola Zé Peão matriculou mais de 5.000 alunos e formou cerca de 200 professores educadores.

Publicado em 22/01/2012 às 8:00

Se o aluno não vai à sala de aula, a sala de aula vai até o aluno. O Projeto Escola Zé Peão é uma alternativa para os operários da construção civil que desejam dar continuidade aos estudos. Ao longo dos últimos 20 anos o Projeto Escola Zé Peão matriculou mais de 5.000 alunos e formou cerca de 200 professores educadores.

Um dos concluintes foi o mestre de obras José Rodrigues, que há cinco anos concluiu o ensino fundamental através do Zé Peão.

Vindo de uma infância pobre no município de Dona Inês, o menino chegou à idade adulta analfabeto. A necessidade de incrementar a renda da família com o seu trabalho e a falta de escola perto de onde morava impediram o acesso à educação básica.

“Naquele tempo era muito difícil frequentar a escola. Só quando fui tentar a vida em São Paulo ainda concluí a quarta série, mas depois não continuei. Somente quando estava trabalhando em uma obra, já morando em João Pessoa, que me deram a chance de terminar os estudos”, comenta.

As salas montadas no próprio canteiro de obra, em horário após o turno de trabalho, oferecem os programas Alfabetização na Primeira Laje (APL), para os operários com pouco ou nenhum domínio da leitura e escrita, e Tijolo sobre Tijolo, para os operários que já possuem um domínio básico da leitura e escrita. Os professores alfabetizadores são alunos oriundos de vários cursos de licenciatura da UFPB especializados na educação de jovens e adultos.

De acordo com Zezinha Moura, diretora do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sintricom), em 2011 foram disponibilizadas nove salas de aula no Projeto Escola Zé Peão.

“Para 2012, trabalhamos com uma perspectiva de mais 11 salas, totalizando 20 unidades. Isso só será possível por conta do convênio com a Pró-Reitoria de Ação e Extensão Comunitária (Prac) da UFPB, que viabilizou 20 bolsas para educador do projeto”, observou.

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Jornal da Paraíba

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