CULTURA
Passagem do tempo sem um destino
Vernissage da artista Plástica Marlene Almeida, lança sua nova exposição nesta quarta-feira (20) na Usina Cultural Energisa.
Publicado em 19/06/2012 às 6:00
A efemeridade do tempo já é 'marca registrada' de Marlene Almeida. Aos 70 anos, em plena atividade, a artista plástica oferece continuidade ao tema retratado em mostras como as ampulhetas modificadas de Passatempo, nos anos 1990.
Amanhã, às 20h, na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa, a paraibana lançará a sua nova exposição através do Prêmio Energisa de Artes Visuais, Tempo para o Destino.
A ideia para a mostra veio através dos monitores dos voos internacionais, que mostram o 'time to destination', aviso do tempo que falta para chegar ao próximo aeroporto. Sem a informação da duração restante, a expressão passa a indicar um destino desconhecido, sem data ou horário previsto. "Na realidade, vivemos dessa maneira – passageiros, frágeis – até chegarmos ao nosso destino", avalia Marlene.
De acordo com a paraibana, a temática ficou mais pulsante na sua obra com a aproximação da mudança de século, no final dos anos 1990. Mesmo antes da virada do milênio, a artista lembra que o tema era presente em suas pinceladas. “As paisagens que pintava não eram bucólicas, sempre remetiam à passagem do tempo.”
VARAS DE SOMBRAS
Com Tempo para o Destino, Marlene Almeida oferece continuidade à pesquisa com pigmentos naturais, iniciada no final dos anos 1970, quando realizou a sua primeira exposição individual, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba.
As pinturas em têmpera sobre tela mostram a ação implacável do tempo. O fundo claro, feito com terra branca, contrasta com os restos da natureza, em tons terrosos e escuros. As obras têm grandes proporções, medindo 200 x 260 centímetros cada.
A exposição apresenta 170 objetos efêmeros, que ajudavam a humanidade a medir o tempo antigamente, como as varas de sombras. "Minha pesquisa é mais conceitual e filosófica", coloca.
No começo de julho, a mesma mostra vai para o Museu Brasileiro da Escultura (Mube), em São Paulo.
Marlene Almeida também já pensa na sua nova exposição para o ano que vem, novamente com o tempo como assunto. "O homem é um ser condenado a se sentir efêmero, a se sentir caminhando para a morte", reflete a paraibana.
Serviço
• TEMPO PARA O DESTINO. Exposição individual da artista convidada Marlene Almeida, com vernissage amanhã, às 20h, na galeria da Usina Cultural Energisa (avenida Juarez Távora, 243, Torre, João Pessoa) Telefone (83) 3221.6343 / 3221.4985. Gratuito. Até o dia 8 de julho
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