VIDA URBANA
The end: Uma bonita história com mais um final feliz
Ao lado dos seus retratos do filho falecido figuram as fotografias dos "meninos". Hoje, já fazem parte da família. E chamam Carmelita e Edilson de "mainha" e "painho".
Publicado em 15/11/2015 às 7:00
Durante o fim de semana, a casa era cheia. Os filhos e os netos lotavam o local. Quando chegava a segunda-feira, no entanto, cada um ia para o seu canto, cuidar da sua vida, e ficava apenas o casal: Carmelita (ou dona Carmelita), e Edilson.
Ele, aposentado da Marinha. Ela, dona de casa, reclamava pelos cantos – a casa estava vazia. Ambos estavam loucos para ter mais um filho. Eles, então, que já têm cinco filhos e sete netos (uma delas, hoje, recém nascida), resolveram adotar duas crianças (na verdade, irmãos): Marcela e Eduardo.
A escolha por crianças de idade mais avançada - ela com nove anos, ele com onze - foi providencial: acreditavam que uma criança muito nova lhes daria muito trabalho, coisa que "a idade não permite". Ela conta isso rindo, entre sorrisos e sermões. A educação em casa é rígida - se ficar de castigo, não pode sair do quarto. No quarto ao lado, aliás, havia, escondida, uma bicicleta que haviam comprado para dar de presente de aniversário a Marcela.
Há alguns anos, perderam um filho: com vinte anos, faleceu. As lembranças dele, no entanto, estampam todas as paredes da casa. Ao lado dos seus retratos, no entanto, figuram as fotografias dos "meninos". Hoje, já fazem parte da família. E chamam Carmelita e Edilson de "mainha" e "painho" sem pestanejar.
No meio da entrevista, Edilson se abre: aos cinco anos, fora "adotado" por sua avó. Seus pais, separados, lutavam por sua guarda, até que um dia sua avó resolveu a história e lhe tomou para si. Passou a viver longe dos pais, com a avó, e guardara no coração a mágoa de ter pais vivos, mas isolado.
Agora, resolveu retribuir à vida aquilo que sua avó fez por ele há tanto tempo atrás.
Mais um final feliz.
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