VIDA URBANA
Conheça histórias de pessoas que optaram por ter mais filhos
Na contramão da tendência que já foi identificada pelo IBGE, de famílias pouco numerosas, paraibanos relatam a alegria de ter grupos familiares grandes.
Publicado em 23/08/2015 às 12:00
“Nada paga no mundo a alegria de tê-los como filhos. É cansativo ter uma família numerosa, mas nós encontramos sentido nos filhos, na união e amor”, revelou o missionário religioso Éder Cavalcanti, 36 anos. Ele é pai de três filhos, mas pretende ter mais um filho biológico e adotar outros dois. O grupo integra o universo de 109.518 famílias paraibanas que possuem cinco integrantes, de acordo com o último censo demográfico brasileiro realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010.
A família de Éder Cavalcanti vai na contramão das estatísticas, as quais mostram que os casais estão optando por ter menos filhos, diminuindo assim os integrantes por família e deixando-as cada vez menores. O Censo, que é realizado a cada 10 anos, mostra que o número de integrantes por família vem diminuindo nos últimos anos. Para se ter uma ideia dessa redução, em 1991, existiam 65.603 famílias com seis pessoas, dez anos depois, esse número baixou para 56.196, reduzindo ainda mais para 39.166, em 2010.
Assim como o missionário, a pedagoga Cláudia Albuquerque, 46 anos, tem três filhos, com 20, 11 e 9 anos. Ela sempre quis ter três filhos e essa vontade não parou nas dificuldades peculiares de uma mãe de primeira viagem. “O conselho que dou é que tenham uma família numerosa, como a minha. É muito bom ver as diferenças e semelhanças de cada um, receber carinho de formas diferentes. Acho importante dar oportunidade dos filhos terem irmãos, passam a ter um entendimento maior sobre o que é repartir e compartilhar. Não me arrependo e adoro juntar a trupe toda”, destacou
No entanto, apesar de ainda existirem famílias grandes, antigamente esse número era muito maior. Pelos dados do Censo 2010, é possível verificar que a quantidade de famílias com 15 pessoas, por exemplo, era menor nos últimos anos da pesquisa. Em 1991, existiam 429 famílias com 15 pessoas ou mais, diminuindo para 183 em 2000 e apenas 24 famílias, em 2010.
As justificativas para a diminuição das famílias parecem incontáveis: questões financeiras, dificuldade em conciliar a tarefa de pai e mãe com a carreira profissional, são apenas as mais recorrentes. Mas ainda existem casos como o de Camila Nascimento e o namorado, que não desejam ter filhos e aqueles que vão optar por ter apenas uma criança. “Apesar de gostar muito de crianças, não me enxergo como mãe e prefiro optar por me priorizar na minha própria vida. Eu sei que se eu tivesse filhos, ia querer abdicar de muita coisa para estar com eles, então prefiro continuar com meu plano de carreira”, relatou a estudante, 20 anos.
Para quem está na contramão das estatísticas, todos esses pontos pesam, assim como para qualquer pai. A diferença é que, do outro lado da balança, as alegrias de uma família numerosa reunida à mesa, dos laços criados entre os irmãos e as relações emocionais e afetivas aprofundadas em casa têm força ainda maior.
“Tudo começou porque minha esposa era filha única e dependia muito das outras crianças para brincar. Todos os três foram planejados e já pensamos em fechar nos seis. É uma alegria pois sempre estamos juntos, compartilhando todos os momentos do dia a dia”, comentou o missionário, pai de crianças de quatro e dois anos, e um bebê de dois meses.
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