Hospital não realiza cesariana e internações

A dona de casa Eduarda Ribeiro deu à luz ao primeiro filho no último dia 27 de janeiro. Apesar de morar em Alhandra, onde existe o Hospital Municipal Alfredo de Almeida Ferreira, a jovem teve que se deslocar até João Pessoa, onde passou por uma cesariana. Segundo moradores e funcionários do estabelecimento, o hospital só presta serviços de prontoatendimento e não tem condições de realizar cirurgias.

“Fiz meu pré-natal no PSF e deu tudo certo. Mas quando chegou a hora do bebê nascer, fui até o hospital e me disseram que não poderiam fazer o parto. A gente chamou o Samu e tive meu filho na maternidade Frei Damião, na capital”, disse.

A responsável pela direção do hospital, Viviane Leite, informou que no local são realizados apenas partos normais. Pacientes que chegam com complicações ou outros procedimentos cirúrgicos, são encaminhados para a capital.

Segundo ela, a unidade tem dois enfermeiros e um médico e atende inclusive pacientes de Caaporã e Pitimbu.

O Hospital Alfredo Almeida também enfrenta problemas com a Agência Estadual de Vigilância Sanitária que interditou o estabelecimento em maio de 2012, por falta de fossas sépticas.

“A prefeitura tem o projeto para implantar uma sala de raio X e lavanderia. Mas, só poderemos fazer isso quando a Vigilância liberar o hospital”, disse Viviane Leite.

A secretária de Comunicação do município, Eliane Sobral, admitiu que o hospital não realiza cirurgias ou pode atender internações, porque ainda está interditado pela Anvisa. Mas informou que “a atual gestão conseguiu revitalizar o local, incluiu atendimento clínico em várias especialidades, melhorou as instalações físicas e implantou os plantões 24 horas desde fevereiro do ano passado”.

Além disso, segundo a secretária, a população conta com oito Unidades de Saúde da Família, uma policlínica com consultas especializadas, um Centro de Especialidades Odontológicas, além de um Centro de Reabilitação.

a prefeitura
A secretária de Comunicação de Alhandra, Eliane Sobral, informou que não pode falar sobre a aplicação dos royalties que o município recebeu em 2013, porque ainda não dispõe do relatório, que deverá ser repassado pela Secretaria de Finanças. No entanto, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA esteve ontem na sede da prefeitura e um assessor técnico do prefeito, Marcelo Rodrigues, mostrou à reportagem uma cópia do relatório, com dados sobre os gastos. Quanto ao relatório de 2012, a secretária de comunicação informou que “a prefeitura não tem registros, nem de documentos, nem de obras, realizados com recursos dos royalties. O atual prefeito, Marcelo Rodrigues, assumiu em janeiro de 2013 e recebeu a prefeitura sem registros documentais que pudessem comprovar a destinação, inclusive, destes recursos”.

Sobre os problemas com saneamento básico, Eliane Sobral explicou que menos de 20% do município tem saneamento básico e que a atual gestão tem projetos para atender pelo menos 50% da cidade. Com relação ao calçamento das ruas, a prefeitura iniciou um programa para essas obras, com o objetivo de calçar 16 ruas. Segundo a secretária, R$1,2 milhão, oriundos dos royalties, serão gastos nessa obra. Outra parte será usada na reforma do cemitério.