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VIDA URBANA

Transposição não vai solucionar problema da seca, diz especialista

Especialista afirmou que tranposição vai ajudar apenas no abastecimento e irrigação. 

Publicado em 14/12/2016 às 11:00

Vista como a única alternativa para acabar com os problemas ocasionados pela escassez de chuvas, a transposição do Rio São Francisco vai ajudar apenas no abastecimento humano e na irrigação. A afirmação é do especialista em engenharia de Recursos Hídricos, Janiro Costa Rêgo, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). De acordo com o especialista, localidades afastadas das margens dos rios, vão continuar sofrendo com a seca e tendo que encontrar alternativas para conviver com o fenômeno climático.

"A seca abrange todo o território do semiárido, onde é praticada a agricultura nos mais longínquos locais da Paraíba. Não é porque nos vamos ter um rio perenizado, que não vamos ter os problemas de seca nas suas vizinhanças. O próprio São Francisco atravessa o Sertão da Bahia que é seco. O que você pode ter é a segurança para o abastecimento humano e irrigação. A seca é um fenômeno que quando ocorre se agrava a situação", explicou Janiro Costa Rêgo

O especialista também explicou a importância de se fazer uma boa gestão das águas do São Francisco, para evitar o surgimento de novos problemas em virtude da falta de chuvas. “As nossas águas que se acumulam no períodos de chuvas normais seriam suficientes para o abastecimento se elas fossem bem geridas. Assim, não estaríamos passando por uma crise como essa. É claro que foi uma seca muito grande, mas se tivéssemos tomado as providências de controle do uso, principalmente para o consumo humano, não teríamos essa situação” disse.

O pesquisador confia na possibilidade de haver uma aceleração das obras de transposição, caso o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, não receba recarga de água em janeiro e fevereiro do ano que vem. Ela [transposição] já deveria ter sido concluída esse ano, desde que a seca ficou configurada. Nós estamos numa posição de risco terrível que poderia ter sido evitada se as obras fossem aceleradas. Eu prevejo que se não entrar água no açude em janeiro ou fevereiro, pode haver uma aceleração nas obras para a cidade ter uma vida normal”, completou.

Sobre as ações realizadas pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), o gerente regional, Ronaldo Meneses, explicou que que a companhia iniciou procedimentos de combate a perdas de água desde 2012. É o caso da intensificação nas fiscalizações de furto de água nas adutores, instalação de 42 mil medidores em instalações prediais para minimizar o consumo, intensificações na busca por irregularidades nas instalações, melhoramento na frota de veículos. Além da instalação de micro e macromedidores para registrar e controlar o uso da água, como também a retirada de vazamentos.

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Jornal da Paraíba

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