VIDA URBANA
Cantor Belchior morre ao 70 anos no Rio Grande do Sul
Corpo do artista será levado para seputamento em Sobral, no Ceará.
Publicado em 30/04/2017 às 11:35
O cantor e compositor Belchior morreu neste domingo (30), em Santa Cruz do Rio Grande do Sul, aos 70 anos. O corpo do artista deverá ser levado ao Ceará ainda hoje, onde ocorrerá o sepultamento em Sobral, cidade em que o artista nasceu. O governo do Ceará decretou luto oficial de três dias pela morte de Belchior.
Em nota, o governador, Camilo Santana, reconheceu a importância de Belchior para a música brasileira. "Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior. Nascido em Sobral, foi um ícone da Música Popular Brasileira e um dos primeiros cantores nordestinos de MPB a se destacar no País, com mais de 20 discos gravados. O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará. Que Deus conforte a família, amigos e fãs de Belchior. O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias.
Sumido dos holofotes, o artista não se apresentava em João Pessoa desde 2006, quando participou das comemorações dos 421 anos de fundação da cidade de João Pessoa e inauguração oficial da iluminação da Via Oeste, realizada pela Prefeitura de João Pessoa.
Dois anos mais tarde ele resolveu abandonar os palcos e seu desaparecimento virou um mito devido a falta de explicações para o motivo. Belchior chegou a ser procurado pela polícia em 2012 devido a uma dívida, à época, de US$ 15 mil em um hotel na cidade de Artigas, no Uruguai, por seis meses de diárias. No fim daquele ano, em meio à polêmica, foi visto em Porto Alegre por uma equipe do Fantástico, mas não quis gravar entrevista.
Sobre o artista
Natural do Ceará, Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes tem 23 discos lançados. Na infância, chegou a ser cantador e poeta repentista em feiras livres da cidade. Atuou como programador musical de rádio em sua cidade natal até ingressar no curso de Medicina.
O artista fez fama nos anos 1970 com álbuns como Alucinação (1976), que conta com clássicos como Velha roupa colorida, Como nossos pais, A palo seco e Alucinação. O músico é da mesma geração de outros artistas nordestinos como Raimundo Fagner, também cearense. Nos últimos anos, no entanto, Belchior ficou recluso, se ausentando dos palcos há mais de sete anos.
Ano passado, a Universal Music relançou uma caixa comemorativa aos 70 anos do artista, intitulada "Três tons de Belchior".
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