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VIDA URBANA

Profissionais do sexo saem de CG em junho

Profissionais do sexo estão migrando para cidades sedes da Copa, segundo Centro Informativo de Prevenção e Aconselhamento.

Publicado em 22/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 31/01/2024 às 17:38

Dois milhões de pessoas devem passar por Campina Grande durante o “Maior São João do Mundo”, segundo estimativa da prefeitura municipal. O aumento no fluxo de turistas aquece a economia da cidade, mas para os profissinais do sexo a festa não é lucrativa. De acordo com o Centro Informativo de Prevenção, Mobilização e Aconselhamento dos Profissionais do Sexo (Cipmac), a procura pelo segmento neste período cai em média 60%. Em busca de melhores mercados, os profissionais estão migrando para as cidades sedes da Copa do Mundo.

A coordenadora financeira do Cipmac, Milene Ferreira, explica que tradicionalmente os festejos juninos já não trazem bom retorno financeiro à categoria. Segundo ela, em uma semana de movimento normal, uma profissional chega a fazer 10 programas, mas, durante o São João, este número cai para quatro. “E olhe lá, tem semanas que cai ainda mais”, destaca.

“Geralmente os turistas que visitam Campina durante o mês de junho buscam outro tipo de divertimento. Ou seja, culturalmente a festa em si não é atrativa para os profissionais, que já costumam se direcionar para outras cidades no período. Este ano, o foco são as capitais que sediam jogos da Copa, porque estão atraindo muito mais turistas, sobretudo estrangeiros”, justifica.

Nem as acompanhantes de luxo dizem ganhar mais no mês de junho. Acostumadas a lidar com clientes ricos, geralmente com intermédio de um agenciador, relatam que este é um dos meses mais fracos. “Cai demais viu. Na verdade o público que a gente atende não está muito presente em Campina Grande neste mês. É muito fraco de verdade. Acho que vou para outras cidades este mês. Acho que a procura deve ser boa nas capitais da Copa”, conta “Suzy” (nome fictício), que agenda exclusivamente por telefone. “Não ando em restaurantes, nem em bares à procura de clientes. As acompanhantes de luxo procuram ser mais discretas, para preservar a identidade”, acrescenta.

Na capital, o movimento também parece não ser bom. Erimar Moreira da Silva, 48 anos, há 20 anos no mercado, diz que também em João Pessoa a procura cai 50%. “Está horrível. Em Campina eu sei que também não é bom. Eu sempre vou, todos os anos, mas para aproveitar a festa, não para trabalhar. Sei que o movimento não é bacana, nenhuma menina daqui vai pra lá e muitas de lá saem da cidade. Agora com a Copa, não dá outra”, conta.

VALOR DO PROGRAMA CAI DURANTE O PERÍODO

Com o mercado em baixa, os preços de cada programa também tendem a cair. Conhecida no Pavilhão do Chá – onde atua – como “Lourão”, Erimar diz que o valor do programa cai pelo menos R$ 10 no período junino. “A gente aqui cobra em média R$ 40, podendo chegar até R$ 60 quando o período está bom. Mas tem dias no mês de junho que o jeito é cobrar R$ 30 porque o movimento é fraco demais. O que pra gente é muito ruim, porque só com cabelo, de uma vez só, a gente gasta R$ 200. Ainda tem roupa, porque a gente não pode ver nada na vitrine que já quer comprar e é preciso se manter bonita nesta profissão”, frisa.

Já “Melissa” (nome fictício), ganha em média R$ 350 por programa, mas chega a cobrar até R$ 500 de cachê. “A gente divulga que o valor é a combinar. Valorizo meu trabalho, independente de qual época for. Dependendo do nível do programa, o preço é R$ 500 e pode subir. Sou profissional, só atendo em motéis, por telefone divulgado em sites específicos. Faço meu trabalho e vou embora. Mantenho minha imagem preservada”, diz.

DIREITOS GARANTIDOS NA PREVIDÊNCIA

A desinformação, aliada ao preconceito, faz com que praticamente todas as mulheres que atuam como profissional do sexo na Paraíba não busquem seus direitos junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Mesmo com a profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) desde o ano de 2002, somente uma entre todas as profissionais do sexo no Estado está cadastrada no INSS. Esse cenário é favorável para que a profissional do sexo torne-se uma contribuinte.

Para fazer valer a lei, basta a profissional do sexo se dirigir até uma agência da Previdência e realizar seu cadastro como profissional autônomo ou como uma garota de programa. De acordo com o MTE como profissional de sexo o valor que é recolhido para a Previdência Social é de 20% sobre a renda.

Contudo, sem declarar a profissão, pode-se recolher 11%, o que garante quase todos os direitos previdenciários, com exceção da aposentadoria por tempo de serviço e auxílio doença por moléstia que não permita exercer sua profissão.

Conforme informações do INSS em Campina Grande, a especificação profissionais do sexo consta na Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), e a sua inclusão no cadastro da instituição assegura à profissional benefícios como salário-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria. Para fazer a inscrição, o usuário pode ligar para o número 135, acessar o endereço eletrônico da Previdência na internet ou procurar uma agência, neste caso, com prévio agendamento, além de recolher mensalmente as respectivas contribuições.

Para aquelas profissionais que querem contribuir para o recebimento de apenas um salário mínimo (R$ 724), a contribuição será pela alíquota menor, de 11% (R$ 79,64). Entretanto, neste último caso, segundo aponta o INSS, não é possível pedir a aposentadoria por tempo de contribuição, apenas a por idade.

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Jornal da Paraíba

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