VIDA URBANA
Celular vira alvo fácil em JP
Dados da Polícia apontam maior registro de roubos de celulares na Zona Sul, no Centro e em bairros da orla de João Pessoa.
Publicado em 29/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:20
“Meu filho já foi assaltado aqui, nos Bancários, três vezes. Agora o jeito é ele sair de casa sem celular”, revelou a doméstica Maria Clementino da Silva. O caso dela reitera as informações repassadas pela superintendência da 1ª Região Integrada de Segurança Pública (Reisp) da Polícia Civil que colocam as regiões do Centro, da zona sul e da praia como os três pontos de maior registro de roubos de celulares em João Pessoa.
Apesar de não ter uma contabilização do número de roubos desses equipamentos, o superintendente Wagner Dorta disse que são números consideráveis e, por isso, essas localidades são tidas como prioritárias em ações das polícias.
Por serem um bem de fácil acesso, os aparelhos celulares são muito visados por assaltantes, que, seja em ruas esquisitas ou movimentadas, a todo momento do dia fazem alguma vítima desse tipo de assalto. No caso da doméstica Maria Clementino da Silva, por exemplo, o assalto aconteceu na rua Antônio Targino Pessoa Silveira, no bairro dos Bancários, zona sul da capital.
De acordo com a doméstica, as características dos crimes eram sempre as mesmas. “Era uma ou duas pessoas de bicicleta, que ficavam rodeando e depois tomaram o celular do meu filho. É uma rua insegura, eu mesma passo aqui com medo, principalmente à noite”, afirmou.
Além da zona sul, o Centro, por ter uma grande movimentação, também é uma área muito propensa a assaltos, segundo a superintendência da 1ª região integrada de Segurança Pública (Reisp) da Polícia Civil. Para Marcelo Bandeira, essa estatística é realmente comprovável.
“Eu mesmo fui assaltado por aqui. Na verdade eu sou sempre muito atento, mas nesse dia não percebi que estava escuro e esquisito, então veio uma pessoa armada, me rendeu e levou o meu celular”, lamentou.
Para a população, a única alternativa é a prevenção. Apesar de andar com um fone de ouvido aparentando não se prevenir contra assaltos, o estudante Iago Ferreira garantiu que não perde a atenção um minuto sequer
. “Eu sou muito atento. Moro no Centro e também estudo por aqui, daí eu sempre vou a pé. Sei que é muito inseguro e muita gente que eu conheço já foi assaltada, mas eu não ando em rua esquisita nem em lugares que não tenha muita gente. E, se eu vir alguém suspeito, sempre guardo tudo e vou para um lugar movimentado”, explicou.
POPULAÇÃO DEVE EVITAR FALAR EM LOCAIS ERMOS
De acordo com o superintendente da 1ª região integrada de Segurança Pública (Reisp) da Polícia Civil, Wagner Dorta, a conduta adotada pelo estudante está mais do que apropriada.
“O ideal, que nós indicamos à população, é não ficar falando no celular à noite, em locais ermos, paradas de ônibus sozinho. Sempre procurar um local abrigado, com grande movimentação de pessoas. A dica é essa: se precaver”, orientou.
Outra dica dada pelo superintendente é evitar expor o aparelho celular. “Atualmente 70% dos aparelhos são smartphones, com valor acentuado, o que chama a atenção dos criminosos em todo o país, aumentando os números de furtos e roubos, principalmente por existir um mercado negro que revende esses aparelhos”, acrescentou.
De acordo com Dorta, diversas operações da polícia estão sendo realizadas no intuito de coibir a ação dos receptadores desses aparelhos, o que implica, também, em uma diminuição desse tipo de assalto.
Segundo o superintendente, o registro desse tipo de ocorrência ainda é baixo, tendo em vista que muita gente acredita que não é possível reaver os aparelhos. Por isso, para garantir um trabalho mais efetivo das polícias, Dorta ainda dá uma última orientação à população.
“É possível reaver o celular roubado, para isso é preciso que as pessoas procurem uma delegacia próxima e registrem a ocorrência, de preferência levando a caixa ou a nota fiscal do produto. Depois a polícia trabalhará e, encontrando, ele poderá ter o seu celular de volta”, concluiu.
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