VIDA URBANA
Clínica São Pedro é fechada e demolida
Hospitais e clínicas psiquiátricas deixaram de ser reconhecidas após Criação da Rede de Atenção Psicossocial; capital ganhará seis novas unidades.
Publicado em 09/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:47
A Clínica Psiquiátrica São Pedro, que pertencia à rede particular, mas mantinha convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) para atender gratuitamente a população que necessitava de tratamento especializado, foi fechada e demolida recentemente.
A unidade funcionava na avenida Epitácio Pessoa, no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa. Em virtude disso, a demanda na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do município aumentou e para comportar a procura, ao total, seis novas unidades de três diferentes tipos de tratamento serão inauguradas no próximo semestre.
A reportagem esteve no endereço onde o hospital funcionava e segundo funcionários de uma empresa da construção civil, que estava trabalhando no local, o restante dos entulhos provenientes da demolição do antigo prédio foi retirado na semana passada e que na área será construído um empresarial para fins comerciais.
No hospital haviam 160 leitos destinados aos pacientes do SUS, que foram remanejados para a Raps e estão sendo atendidos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da capital, segundo a coordenadora da Área Técnica de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Janaína D'Emery. “Os pacientes com demandas de transtornos estão sendo atendidos em nossa rede pelos Caps III, nos bairros dos Estados e Bancários. Já os dependentes químicos são acompanhados no Caps AD (Álcool e Drogas), no bairro do Rangel”, afirmou.
Janaína D'Emery disse que a direção do hospital informou que iria fechar, o que já era esperado pelos profissionais de saúde do município, devido estratégia de desinstitucionalização contida na portaria 3.088/2011 do Ministério da Saúde (MS), que instituiu a Raps, cuja finalidade é a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS. “Desde então, o MS não reconhece mais o hospital psiquiátrico dentro da rede de atenção, justamente por conta da desinstitucionalização do paciente”, explicou.
Conforme a coordenadora, o paciente com problemas psiquiátricos passou a ser tratado na Raps, mas com o convívio familiar e social, porém, João Pessoa dispõe de 24 leitos, distribuídos em três unidades, para acolhimento 24h em momentos de crise. “Além de também contarmos com leitos em hospitais gerais, como o Ortotrauma (Mangabeira) e o Hospital Municipal Valentina de Figueiredo (no bairro de mesmo nome), que também constitui a rede de atenção psicossocial, desde a atenção até o atendimento especializado”, ressaltou.
CAPITAL TERÁ MAIS 6 UNIDADES
De acordo com Janaína D'Emery, para ampliar a rede de atendimento a pessoas com transtornos mentais e dependentes químicos, a SMS abrirá no próximo semestre mais seis unidades de tratamento, sendo de três tipos diferentes, que juntas atenderão aproximadamente 400 usuários.
“Teremos mais um Caps AD no bairro do Geisel, um Caps III, no Distrito I, que abrange os bairros Cruz das Armas, Jardim Planalto, Oitizeiro, Alto do Mateus e Jardim Veneza, além de duas unidades de acolhimento adulto para dependentes químicos”, garantiu.
“Também teremos duas residências terapêuticas, uma em Madacaru e outra em Mangabeira, para aquelas pessoas que moravam em hospitais psiquiátricos há muito tempo e que não possuem mais parentes, ou que as famílias não foram localizadas”, completou.
A coordenadora ainda destacou que todas as ações da pasta tem sido realizadas para “absorver essas pessoas que não têm para onde ir que foram colocadas em hospitais e abandonadas pela família, já que o município é responsável por ela, inclusive, por reinseri-la na sociedade como cidadão”.
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