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COTIDIANO

Arrombamento de caixas eletrônicos é 'novo filão' de ladrões

Excesso de terminais seria razão para a grande quantidade de crimes. Só em 2011, Pernambuco registrou três ações com explosivos.

Publicado em 16/01/2011 às 8:57

Do G1

A falta de investimento em segurança pelos próprios bancos e o excesso de terminais são as razões apontadas ao G1 pelo delegado Antônio Barros, gestor do Departamento de Repressão a Crimes Patrimoniais de Pernambuco, para justificar a quantidade cada vez mais frequente de caixas eletrônicos arrombados com explosivos. Para ele, os ladrões descobriram um “novo filão”.

“Os criminosos não só repararam como o caixa ficava exposto, mas também perceberam que tinham ferramentas para vencer a resistência dos cofres. Notaram que existem terminais em todo lugar e que a polícia não pode estar em todos os lugares. As organizações criminosas descobriram esse novo filão e, agora, estão atacando”, afirmou Barros.

Para o delegado, os criminosos encontram muitas oportunidades para agir, porque há caixas eletrônicos na rua e em pequenos estabelecimentos comerciais que não possuem segurança apropriada. Há também a multiplicidade de ferramentas disponíveis para abrir os cofres. Além de explosivos, as quadrilhas costumam usar maçaricos, improvisados ou não, e serras. O tempo de ação de arrombamento de um caixa eletrônico com explosivos é bem menor do que um assalto a uma agência, o que representa mais um atrativo para as quadrilhas.

De acordo com o delegado, somente nos 12 primeiros dias de 2011, foram registrados três arrombamentos de caixas eletrônicos em Pernambuco – todos com o uso de explosivos. Um arrombamento ocorreu no terminal rodoviário do Recife, outro em Cabo de Santo Agostinho (PE) e outro no distrito de Freixeiras, no município de Escada (PE).

“É um crime que está estourando em todo o Brasil. Recebi um relatório do Banco do Brasil em que consta que foram registrados 52 arrombamentos de caixas eletrônicos por todo o país com o uso de explosivos em 2010. Em 2009, foram apenas três ocorrências”, disse.

De acordo com o delegado, o dinheiro obtido com a destruição dos caixas é aplicado pelas quadrilhas em outros crimes, como o tráfico de drogas. “Quando um criminoso perde a carga de drogas, ele continua com a dívida. Isso fomenta crimes contra o patrimônio, e os bancos são os mais visados. As ações contra os terminais, muitas vezes, são para capitalizar o traficante. Assim, ele paga as dívidas com tráfico de drogas e pode comprar mais material”, afirmou.

Prevenção

Segundo Barros, foram realizadas reuniões com representantes de bancos, da polícia, do governo e da Justiça para discutir a questão dos assaltos a bancos e arrombamentos de máquinas. “Os bancos devem melhorar a segurança interna e investir mais em novas tecnologias. Mas, infelizmente, os [bancos] particulares enxergam somente os custos. Enquanto o prejuízo com assaltos for inferior ao custo do aprimoramento da segurança, eles não vão investir”, afirmou.

O delegado acredita que esses crimes só serão evitados quando for feita uma ação conjunta nos estados, sob coordenação da Polícia Federal, para desmembrar as quadrilhas. “Teríamos um combate mais forte se tivéssemos uma coordenação única das investigações. Depois que cada estado apurar seus casos, a Polícia Federal filtraria as informações locais e repassaria aos outros estados.”

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Jornal da Paraíba

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