Igrejas de João Pessoa contam a história da fé

João Pessoa ainda possui três igrejas que foram construídas por ordens religiosas criadas na Idade Média. São obras das mãos de franciscanos, jesuítas, carmelitas e beneditinos que foram enviados por Portugal para propagar a fé católica. Embora já tenham passado cerca de 400 anos, as construções ainda exibem os detalhes barrocos, característicos da época, e são testemunhas oculares da fé e história dos primeiros missionários do Estado.

As obras estão no Centro de João Pessoa. Uma é a Igreja de São Francisco, construída pelos franciscanos, a segunda é a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, feita pelos carmelitas, e a terceira é o Mosteiro de São Bento, erguido por beneditinos. Os jesuítas também construíram uma igreja, mas ela foi derrubada em 1929.

Segundo o arquivista eclesiástico Ricardo Grisi, o envio das ordens religiosas à Paraíba foi uma estratégia da Igreja Católica de Portugal para espalhar o cristianismo entre os índios que habitavam a área de João Pessoa, chamada na época de Nossa Senhora das Neves.

Como a área tinha acabado de ser conquistada e não tinha edificações, era prática comum dos grupos a imediata criação de conventos e igrejas. Em João Pessoa, as quatro ordens ficaram no Centro. Com cruzes, bíblias e livros nas mãos, além de evangelizar, elas também iniciaram os trabalhos de alfabetização.

“O objetivo era catequizar, mas os missionários também alfabetizavam. Eles catequizaram os índios e alfabetizaram os filhos de colonos. Assim que chegaram, as ordens construíram um convento e uma igreja para fazer isso”, explica Grisi.

Os franciscanos foram os primeiros a ensinar a ler e a escrever, mas logo receberam a ajuda dos jesuítas, que até hoje, são considerados os primeiros professores da Paraíba.

“O trabalho dos jesuítas foi muito voltado para a educação. Eles construíram colégios e o primeiro seminário de João Pessoa, onde hoje funciona da Faculdade de Direito, na praça João Pessoa.”, conta Grisi.