CULTURA
Grupo apresenta 5ª Mostra de Teatro
Cirquinho do Revirado apresenta hoje o carro-chefe do repertório de três espetáculos: Júlia.
Publicado em 04/10/2013 às 6:00
Grupo residente da 5ª edição da Mostra de Teatro de Grupo, em João Pessoa, o Cirquinho do Revirado apresenta hoje o carro-chefe do repertório de três espetáculos que a família de atores catarinenses trouxe na bagagem para a Paraíba: Júlia.
A peça toma o Largo de São Pedro Gonçalves nesta sexta-feira, às 20h. Ontem, o Cirquinho estreou na programação da mostra, que vai até o domingo, com uma oficina de desconstrução corporal e a peça O Sonho de Natanael.
"Júlia é um espetáculo bem questionador, divertido e emocionante, que tem o lirismo do palhaço e o exagero do bufão", resume Reveraldo Joaquim, ator que contracena com a esposa Yonara Marques em um texto que conta a história de dois andarilhos: a protagonista (Marques), que não tem o movimento das pernas, e seu fiel escudeiro Palheta (Joaquim).
"Eles são dois filhos do mundo, que chegam em uma praça para executar a 'Dança da Aleijada'. Júlia é uma figura amargurada que faz do Palheta o seu condutor, já que não possui as duas pernas. Nosso humor é muito peculiar e não fazemos concessão de diálogo com a plateia sobre o que é politicamente correto e o que não é", conclui o ator, que não teme a crueza da representação.
"Júlia e Palheta são dois personagens encontrados no nosso cotidiano e que não são de um tempo específico. Eles são atemporais e tanto podem ser criaturas de um passado quanto de um presente onírico. São quixotescos e provocam o público com o jeito deles, seres humanos que espelham as desigualdades sociais, já que, se eles estão na rua, é preciso que alguém esteja em uma condição melhor que a deles", justifica Joaquim.
TODOS DE PERNA DE PAU
O Cirquinho do Revirado também ministra hoje mais uma oficina pela agenda da 5ª Mostra de Teatro de Grupo: a oficina de perna de pau para iniciantes. As aulas serão na sede do grupo Ser Tão Teatro, das 9h às 12h, e, segundo Reveraldo Joaquim, pretendem democratizar a técnica circense.
"A proposta é desmistificar a perna de pau, pois não é preciso que a pessoa tenha um dom para andar no equipamento", diz ele. "Basta a disposição de superar seus limites mentais, como o medo de altura, por exemplo."
Para o ator de Criciúma (SC), a oportunidade de repassar este conhecimento para os colegas paraibanos brota de uma convicção partilhada com o Ser Tão Teatro: "É ótimo a gente poder se encontrar em uma mostra como essa, organizada por um grupo que entende as dificuldades de se fazer teatro no Brasil."
Ainda na tarde desta sexta-feira, às 15h, o ator e diretor Alexandre Roit, coordenador geral da Mostra de Teatro Latino-Americano, de São Paulo, conversa com os participantes do evento sobre o seu trabalho.
Comentários