Safra de cana deve crescer e atingir 6,4 mi de toneladas na PB

Diferente da queda na produção da agricultura paraibana, que sofre com a estiagem, a safra da cana-de-açúcar 2015/2016 no Estado está na contramão do setor e deverá registrar um pequeno crescimento de 1,8%, atingindo 6,421 milhões de toneladas. Esta é a previsão divulgada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Paraíba permanece como o 3º maior Estado produtor no Nordeste, ficando atrás de Alagoas (22,303 milhões de t) e Pernambuco (15,464 milhões de toneladas).

Alguns estímulos como o aumento da mistura do etanol anidro na gasolina e as vendas maiores nos postos de combustíveis neste ano diante de preço mais competitivo influenciaram este cenário. A moagem nas oito usinas de cana-de-açúcar do Estado começaram este mês, mas mesmo com maior oferta de etanol está descartada a queda do combustível ao consumidor.

“O etanol já está R$ 0,60 abaixo do preço de seu custo e essa questão de reduzir valor não existe até porque o governo pratica livre mercado contra o produtor. Se não existir encomenda de etanol, se o governo não definir quanto vai precisar desse combustível e permanecer indiferente, será difícil para as empresas continuarem produzindo. Nos EUA, por exemplo, sabe-se que vai ter mercado para compra de etanol até 2021, mas isso não existe no Brasil”, desabafou o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), Edmundo Barbosa.

Segundo ele, os fatores que mais contribuíram para a expectativa positiva da safra foram os investimentos que estão sendo efetivados. “Além da compra de maquinário, houve também o cuidado maior na produção da cana-de-açúcar, incorporando inclusive outras variedades”.