VIDA URBANA
Tuberculose é detectada em 4 pessoas por dia
Foram 990 registros só nos primeiros 8 meses deste ano; número já representa 64,5% do total de casos registrado no ano passado.
Publicado em 05/09/2012 às 6:00
Por dia, uma média de quatro pessoas é diagnosticada com tuberculose na Paraíba, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), serviço vinculado ao Ministério da Saúde. Foram 990 registros só nos primeiros 8 meses deste ano. O número representa 64,5% do total de 1.534 casos confirmados no ano passado.
Apesar de ser totalmente curável, a doença é motivo de preocupação entre especialistas. O motivo é que mais de 8% dos pacientes param de tomar os remédios antes do tempo previsto e pioram o estado de saúde, mesmo o tratamento sendo fornecido na rede pública de saúde.
Em 2010, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a doença foi confirmada em 1.051 pessoas na Paraíba. Destas, 87 abandonaram o tratamento antes do momento correto. A quantidade equivale ao índice de 8,28%. O percentual é considerado alto, já que o Ministério da Saúde preconiza que a desistência fique apenas em 5%.
Segundo o pneumologista Leonardo Gadelha de Oliveira, membro da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia da Paraíba, o portador precisa tomar medicamentos por até seis meses.
Quem interrompe o tratamento se expõe a diversos riscos à saúde, que vão desde o agravamento do estado clínico até mesmo à morte. “O paciente precisa tomar medicamentos por até seis meses, sem interrupções, mas muitos desistem de tudo, no meio do caminho, por achar que estão curados. É um grande erro”, observa.
Ele explica que o principal problema causado pela interrupção é a recaída do sistema imunológico diante da doença. “Aumenta a possibilidade de surgir um novo quadro de tuberculose com prognóstico ainda pior. Sem contar que a doença poderá deixar mais sequela, apresentar fibrose e exigir a administração de dosagem maior para combater a patologia”, avalia o médico.
Além de tomar medicamentos, por seis meses, o paciente precisa ser examinado, regularmente, por um especialista. Com dois meses de assistência médica, os sintomas já desaparecem.
Nesse período, a pessoa também deixa de transmitir a doença. Mas a cura ainda não é definitiva.
“É preciso seguir com o tratamento até o fim. Quando ocorre o abandono, a possibilidade de cura diminui e a pessoa pode apresentar novamente a doença depois de um ou dois anos.
Nesse período, ela pode tanto contaminar as outras pessoas e até mesmo morrer, por causa do agravamento do estado”, alerta Oliveira.
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