Bate-boca na ALPB adia votação de vetos à LDO

A discussão dos vetos do governo do Estado às emendas parlamentares à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2013 terminou em bate-boca entre os deputados, na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa da Paraíba. A discussão começou logo após a abertura do grande expediente, quando o deputado Edmilson Soares (PEN), que presidia a sessão, abriu para a votação, sem discussão entre os parlamentares. O deputado Raniery Paulino (PMDB), que pretendia debater a matéria, irritou-se com a rapidez da condução dos trabalhos e com a intromissão do líder da bancada governista, deputado Hervázio Bezerra (PSDB), que não permitiu o debate sobre a matéria.

Sem permissão para falar, Raniery Paulino usou a tribuna para tecer críticas aos parlamentares. “Não podemos aceitar que essa Assembleia aceite uma situação dessas. Somos um poder e merecemos respeito. Se nós deputados não defendermos as nossas emendas, quem o fará?”, questionou, sendo logo em seguida apoiado pelo deputado Frei Anastácio (PT). “Se a Casa não se abre a discutir as emendas apresentadas por nós, a minha opinião é que esta Casa se curva ao líder do governo neste momento”, criticou o frei.

Mesmo com os pedidos da oposição para que houvesse debate, o presidente da sessão negou os apelos, sob o argumento de que a votação já havia sido iniciada e o projeto não poderia mais ser discutido, pois a alteração da ordem de apreciação iria ferir o Regimento da Casa.

A deputada Olenka Maranhão (PMDB), que chegou após iniciada a confusão entre as bancadas, partiu para o ataque ao deputado Edmilson Soares, que chamou-a de 'deputada itinerante', o que exaltou ainda mais os ânimos dos presentes no plenário. Em tom irônico, Edmilson Soares disse que não pode ser culpado “se a pessoa pega o trilho e pega o beco andando. O trem continua no trilho e a máquina continua andando. Quem chega atrasado e não vê o começo da discussão não pode entrar nesse mérito”, criticou o deputado.

Insatisfeitos com a decisão de Edmilson Soares, os oposicionistas ameaçaram se retirar do plenário para obstruir a votação e o presidente suspendeu a sessão por alguns minutos. Após a pausa e sem acordo, a votação foi encerrada e o grande expediente retornou para seu curso normal, com pronunciamentos dos deputados na tribuna.

O governador Ricardo Coutinho tentou evitar comentar o episódio, mas demonstrou otimismo: "Eu acho que as coisas vão se ajustando. Todo mundo está compreendendo a situação do Estado e a determinação do governo em evoluir. Seria muita mesquinharia alguém não perceber que esse Estado está evoluindo”.