Palhaço Pirulito é achado morto

José Ismar Eugênio Pompeu, intérprete do palhaço Pirulito, foi assassinado em seu apartamento, no bairro Pedro Gondim, em João Pessoa. A vítima foi encontrada na noite do último domingo por um amigo que resolveu procurá-lo em casa, após inúmeras tentativas de contato através do telefone. O corpo do ator, que era pernambucano, foi velado na tarde de ontem, no Teatro Lima Penante, na Avenida João Machado.

De acordo com a delegada Júlia Valeska, a vítima foi encontrada caída ao chão de seu quarto e objetos chegaram a ser furtados do local. “Após realização da perícia, procuramos alguns objetos que pessoas próximas disseram que existiriam. O computador não foi encontrado no apartamento, assim como valores em dinheiro”, esclarece. Ainda segundo a polícia, a vítima trajava um pijama quando foi encontrado e não havia sinais de violação na residência, o que indica que o suposto autor do crime entrou na casa com o consentimento da vítima.

“Não existe sinais de arrombamento. A porta foi aberta pela vítima e a pessoa que cometeu o crime saiu do apartamento depois, e fechou a porta e portão de acesso com a chave da vítima. A porta só foi aberta depois, com a cópia de uma vizinha”, menciona. Na manhã de ontem, os moradores do Edifício Vale Dourado ainda não conseguiam entender o que teria acontecido no apartamento 204, onde Ismar vivia a mais de dez anos. “Foi uma surpresa para todos nós. Foi completamente inesperado, só soubemos do crime com a chegada da polícia. Ninguém sabe como ele pode ter sido atacado, nem ouvimos discussão”, disse uma moradora.

Conforme o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop), por volta das 19h30, a Polícia Militar (PM) foi acionada por um amigo da vítima informando que Ismar estava ensanguentado no interior do quarto e que não respondia seu chamado. De acordo com a PM, ele foi atingido por três golpes de arma branca, dois deles muito profundos no pescoço, chegando próximo de degolá-lo.

Segundo a perícia, o ator ainda recebeu um terceiro golpe na perna direita, na altura do joelho, e um ferimento mais superficial na região das costas, semelhante ao formato de um “A”.

Também foram constatados sinais de luta corporal.

“É preciso avaliar se o objetivo era apenas furtar ou se seria alguém próximo a ele que queria a sua morte. A possibilidade de latrocínio não foi descartada ainda”, declarou a delegada. Até ontem, a autoria e possível motivação do crime continua desconhecida pela polícia. A notícia da morte do ator percorreu as redes sociais e chocou a todos que o conheciam na vida pessoal ou profissional. Para Diocélio Barbosa, que dirigiu e atuou com Ismar no espetáculo Magia, o assassinato do artista, que também era professor de teatro, gerou uma tristeza enorme.

“Nosso último encontro foi no Fórum Paraibano do Circo, em dezembro de 2012. É difícil imaginar que aquela figura admirada por todos, que nos contagiava com o seu sorriso e alegria, foi alvo de uma violência tão grande. Ismar sempre foi muito comunicativo e todos se encantavam com o jeito dele. Essa é a imagem que nós queremos guardar”, declara. Ele menciona que o ator era atuante no circo e teatro e que ainda realizava um trabalho social em comunidades da capital.